Lava-Jato: Baiano adere à delação e pode implodir a República; Renan, Cunha e Delcídio estão na mira

fernando_baiano_02Metralhadora giratória – Apontado como operador do PMDB no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história moderna, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, teria fechado acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava-Jato.

A negociação com os procuradores da República teria avançado no dia em que Baiano foi transferido da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na região da capital paranaense. Desde então, o lobista vem se reunindo com integrantes da força-tarefa para acertar detalhes dos benefícios decorrentes do acordo, assim como para elencar temas relacionados ao esquema de corrupção que sangrou os cofres da Petrobras, os quais serão revelados mais adiante.

Entre as solicitações de Fernando baiano estariam a liberdade provisória depois de confirmado o acordo e a autorização para morar nos Estados Unidos com a família após cumprir pena de prisão. Os procuradores rejeitaram ambos os pedidos apresentados pelos advogados do lobista.

Pessoas próximas a Soares revelaram que o lobista sempre foi muito meticuloso em sua atuação no Petrolão, o que pode dificultar a confirmação de detalhes da delação. Por outro lado, essa postura cuidadosa vem dando aos envolvidos certa tranquilidade em relação ao escândalo, mas isso pode acabar em questão de poucas semanas. Na esteira desse novo cenário que surge na esteira da colaboração premiada de Baiano, novas prisões deverão ocorrer em pouco tempo.

Um dos nossos interlocutores, próximo a Baiano, garantiu que uma eventual delação do lobista implodiria a cúpula do PMDB, que por enquanto não foi ferido de morte pela Operação Lava-Jato. Tão logo foi preso pela Polícia Federal, Fernando Baiano disse que estava pronto para tudo o que pudesse acontecer, inclusive permanecer calado e cumprir pena condenatória.

Durante as negociações com os procuradores, o lobista deixou claro que, sacramentada a delação, revelará detalhes da participação de destacados políticos no esquema de corrupção que funcionou por mais de uma década na Petrobras, a partir do superfaturamento de contratos. Entre os alvos de Fernando Soares estão o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL); o ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN); o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); e o líder do governo no Senado, o petista Delcídio Amaral (MS).

É importante lembrar que tão logo foi deflagrada a Operação Lava-Jato, em março de 2014, Calheiros e Delcídio trocaram acusações na imprensa por causa do escândalo de corrupção. Muito estranhamente, Delcídio Amaral passou ao largo da investigação, mas os fatos devem mudar a partir da deleção de Fernando Baiano, que tomou a decisão por pressão de familiares.

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