Cientistas descobrem nova espécie humana em caverna da África do Sul

homo_naledi_01Túnel do tempo – Ossos fossilizados de 15 corpos de uma espécie do gênero humano desconhecida até o momento foram descobertos numa caverna próxima a Johanesburgo, na África do Sul. A informação foi divulgada por cientistas nesta quinta-feira (10) e comemorada como um marco nas pesquisas sobre a evolução.

Cerca de 1,5 mil fósseis foram encontrados no fundo de um sistema de cavernas, escondidos em câmara subterrânea acessível somente através de subidas íngremes e fendas nas rochas.

A nova espécie, batizada de “Homo naledi”, apresenta uma mistura surpreendente de características humanas e primitivas. “Naledi” significa estrela em sesotho, língua sul-africana, e o nome da espécie é uma alusão ao local onde os fósseis foram encontrados, as cavernas de Rising Star.

Especialistas não têm certeza quanto à idade dos fósseis, mas acreditam que os ossos tenham sido depositados nas cavernas após a morte dos indivíduos.

“Até este momento na história, pensávamos que a ideia de comportamentos ritualísticos diretamente vinculados à morte era algo único dos Homo sapiens. Considerávamos nós mesmos diferentes”, disse Lee Berger, professor e pesquisador da Universidade de Witwatersrand em Johanesburgo.

“Acreditamos que estejamos agora diante de uma espécie que tinha essa mesma capacidade, e isso é algo extraordinário’, comemorou.

Cérebro do tamanho de uma laranja

De acordo com os cientistas, as mãos, pulsos e pés do “Homo naledi” eram semelhantes aos dos homens modernos, mas o tamanho do cérebro e o tronco eram muito mais parecidos com ancestrais da espécie humana.

“O Homo naledi tinha um cérebro pequeno, do tamanho de uma laranja, e um corpo bem esguio”, disse John Hawks, da Universidade de Wisconsin-Madison, coautor do estudo que detalha a nova espécie, publicado na revista científica “eLife”.

O “Homo naledi” tinha aproximadamente 1,5 metro de altura e pesava cerca de 45 quilos. “As mãos sugerem capacidades de usar ferramentas”, diz Tracy Kivell, da Universidade de Kent, no Reino Unido, que integrou a equipe que estudou a anatomia da nova espécie.

A primeira expedição à caverna onde os fósseis foram encontrados, em 2013, durou 21 dias e envolveu mais de 60 especialistas. Desde então, cientistas estudavam os fósseis. (Com agências internacionais)

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