Lula trabalha nos bastidores para desestabilizar a reeleita Dilma Rousseff antes do novo mandato

dilma_rousseff_447Pressão total – A situação política de Dilma Rousseff não é das melhores. Isso porque a cúpula do Partido dos Trabalhadores resolveu radicalizar em relação à ideologia da própria legenda, o que faz com que a presidente reeleita enfrente dificuldades ainda maiores com os 88,3 milhões de eleitores que não lhe confiaram o voto. Sem contar as muitas mentiras de campanha, que agora começam a desmoronar.

Há dias, no Palácio da Alvorada, Dilma reuniu-se com o antecessor, Luiz Inácio da Silva, para tentar equacionar a formação da equipe ministerial do próximo governo e encontrar uma forma de debelar a crise econômica que chacoalha o País. Dilma Vana Rousseff não é uma ode à genialidade, mas é preciso considerar que para chegar ao mais alto cargo da nação é preciso de doses mínimas de perspicácia. Por isso a presidente finge que se submete a Lula durante todo o tempo. De igual modo, Dilma sabe que nos bastidores o antecessor joga contra, dependendo do momento e dos próprios interesses.

Com todos os predicados de um alarife profissional, Lula deu várias sugestões à pupila, algumas com viés de ordem, mas disse que quer indicar os ministros da Fazenda, das Cidades e da Educação. Ou seja, o ex-metalúrgico começou antes do previsto sua campanha para tentar retornar ao Palácio do Planalto.

Dilma embarcou oficialmente na campanha pela reeleição, me meados deste ano, impulsionada pelos efeitos do movimento “Volta, Lula”, que no Congresso Nacional e na Esplanada dos Ministérios contou com dezenas de adeptos, mas situação de dificuldade e ameaça acabou contornada. Mesmo assim, a reeleita sabe que ainda há no governo alguns focos de resistência, a qual se expressa no repentino radicalismo de um partido que nos últimos onze anos e dez meses mandou a ideologia às favas e agarrou-se ao banditismo político.

Na última semana, Dilma, sob pressão, disse que “não representa o PT, mas a Presidência da República”. E a presidente foi além: “Eu acho que o PT tem que se postar de uma maneira mais colaborativa com o governo”, afirmou. Em outras palavras, Dilma já percebeu que o segundo mandato não será fácil e que não poderá contar com o apoio incondicional do partido. Fora isso, ter Lula operando nos bastidores para que tudo dê errado, até certo ponto, não é tarefa das mais fáceis. O ex-presidente já começou a pressionar seus tutelados para que dificuldades sejam criadas, pois na hora certa, como um Messias tupiniquim, ele surgirá em cena com um punhado de supostas soluções.

O maior problema de Dilma está na deterioração contínua da economia, sendo que os discursos oficiais e a realidade dos números convivem à sombra do antagonismo. Isso significa que aquilo que Dilma diz não merece crédito, ou, então, a presidente insiste em mentir de forma acintosa. A realidade da economia brasileira está a léguas de distância do que afirmam os palacianos, pois há muito a conta não fecha. A única saída, ainda assim anoréxica, seria apostar no consumo interno para reverter a crise, mas o quadro atual é desfavorável. A inflação está alta, as taxas de juro ao consumidor elevadas, o dólar em ascensão, o PIB em queda e o endividamento da União cada vez maior.

A prova inconteste de que Lula já está em campanha e que trabalha nas coxias do petista para atrapalhar Dilma surgiu na manhã desta terça-feira (11), no momento em que a ministra Marta Suplicy (Cultura) protocolou na Casa Civil seu pedido de demissão. Marta, que retoma o mandato de senadora por São Paulo, desejou sorte à presidente e sugeriu que ela escolha uma equipe econômica independente e competente.

“Todos nós, brasileiros, desejamos, neste momento, que a senhora seja iluminada ao escolher sua nova equipe de trabalho, a começar por uma equipe econômica independente, experiente e comprovada, que resgate a confiança e credibilidade ao seu governo e que, acima de tudo, esteja comprometida com uma nova agenda de estabilidade e crescimento para o nosso país. Isto é o que hoje o Brasil, ansiosamente, aguarda e espera”, afirmou a ex-ministra da Cultura.

A declaração de Marta Suplicy mostra com clareza que Lula já trabalha nas entranhas do partido para colocar a presidente reeleita em situação de dificuldade, a ponto de ser obrigada a recorrer ao agora lobista de empreiteira para evitar uma crise institucional irreversível que está a um passo de acontecer. É uma questão de tempo e de falta de habilidade política.

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