Números da economia brasileira não se encaixam e gravidade da situação prova a incompetência do governo

Sem explicação – Na segunda etapa da reunião que começou na terça-feira (28), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve anunciar nas próximas horas uma nova redução da taxa básica de juro, a Selic, atualmente fixada em 8% ao ano. De acordo com a expectativa de analistas do mercado financeiro, o Copom deve reduzir a Selic para 7,5% ao ano, podendo encerrar o ano em 7%.

Esse possível anúncio de corte marca uma sequência de doze meses de redução da Selic, iniciada em agosto de 2011. A decisão do Copom, se confirmada, mostra que o governo da presidente Dilma Rousseff está cada vez mais distante do comando da economia nacional. A redução do juro básico da economia serve, em tese, para aquecer o mercado interno, que continua enfrentando a resistência do consumidor, vacinado contra o endividamento recorde e a inadimplência preocupante, ambas decorrentes do ufanismo de Lula da Silva.

Para constatar a incompetência das autoridades do governo federal não é preciso nenhuma especialização em Economia, mas, sim, bom senso e raciocínio lógico. Ora, se o juro cai e a economia não reage, é porque algo de errado há no reino messiânico dos petistas palacianos. Se o juro cai, a economia não reage e a inflação aumenta, é porque a situação é muito pior do podemos imaginar.

Com dois meses de arrecadação tributária em queda, os assessores econômicos da neopetista Dilma Rousseff, comandados pelo perdido Guido Mantega, estão diante de difícil dilema. De um lado está a tentativa desesperada do governo de salvar o PIB de 2012, o que pode acontecer com a confirmada prorrogação da redução de IPI para determinados setores (carros, linha branca e material de construção). Do outro está a necessidade de o Tesouro voltar a arrecadar como antes, pois o rombo no caixa já leva o governo a mudar a forma de cálculo do superávit primário.

A situação pode ser ligeiramente amenizada com a decisão sobre a redução do IPI, mas uma ameaça à economia ronda os gabinetes de Brasília. A Petrobras quer a qualquer custo o aumento imediato do preço dos combustíveis, como já anunciou Maria das Graças Foster, presidente da empresa, o que impacta em prazo extremamente curto no IPCA, considerado pelo governo como prévia da inflação oficial.

Como se não bastasse, a economia mundial não atravessa o melhor momento, com muitos países encolhendo de forma assustadora as compras no mercado internacional. Isso faz com que o Brasil, importante produtor de commodities, enfrente dificuldades no comércio exterior.

O mais curioso nesse processo é que até então nenhum petista ousou contestar as garantias dadas pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), de que a crise passaria ao largo do Brasil, e criticar com veemência a herança maldita deixada por Lula, que usou a bolha de virtuosismo para flanar nos altos índices de aprovação.

Cabe a nós, do ucho.info, o dever profissional de relembrar aos leitores que os estragos decorrentes da era Lula exigirão hercúleos esforços dos brasileiros por pelo menos cinco décadas. E esse senhor, que acredita ser a versão tropicalista de Messias, achincalhou a tradição de instituições, algumas seculares, que lhe conferiram títulos e honrarias das mais diversas. Fosse um homem consciente e responsável, Lula deveria bater à porta de cada uma das instituições e devolver aquilo que lhe foi conferido indevidamente.