(*) Eduardo Pimenta
Há muito o homem indaga sobre o aprendizado do bem. Em todas as áreas de atuação profissional, o ser humano que desenvolve a atividade tem a cognição para procurar fazer o bem ou deixar de fazê-lo. Decerto que esta prerrogativa é exclusiva do ser racional, haja vista que o ser irracional apreende o presente através dos sentidos, e apenas se lembra do passado se depara com uma conjuntura que lhe provoca uma sensação semelhante, é o caso do cavalo, que se recorda da estrada quando é levado até junto dela. No estábulo, porém, não tem qualquer recordação da estrada, embora a tenha percorrido inúmeras vezes. E o futuro esta fora do alcance do ser irracional. Com tais reflexões Sêneca (A. C. 4 – 64 D. C.), subsidiava o seguinte pensamento: os movimentos dos animais irracionais são sempre desregrados e sem sentido, posto que movem segundo a natureza, com uma tendência forte e determinada com uma desordem e confusão.
O bem demanda uma ordem. Os ser racional, a quem é facultado o saber os porquês, tem a cognição para exercer em um modo de agir. Daí o bem só existe em quem existe a razão.
Ao separarmos as reflexões sobre o ser racional e o irracional, notamos que o ponto crucial de distinção é a razão, manifesta pelo poder cognitivo em considerando passado, vendo o presente e aplicando ao futuro, o aprendizado. Assim, temos que o bem é a obediência a sua própria natureza, considerando o fluxo de energia – código do planeta, do qual fazemos parte com nossas moléculas que agregadas formam o corpo humano, e conduzimos nossas ações para o fim melhor.
O bem, portanto não é sensível, posto que se o fosse o prazer seria a expressão do bem supremo. O bem é do fluxo de energia que se sujeita a lei da ação e reação, causa e efeito, portanto é inteligível e aos racionais compete o poder de decidir, quer no exercício da abstenção e da renuncia, ainda que a dor possa ocorrer, desde que enfocado um valor mais como a tranqüilidade, a felicidade, a virtude, a moral, fatores determinantes da ação a gerar o bem.
No Judiciário é muito fácil a percepção do exercício do decidir, com as considerações do passado (jurisprudência – decisões proferidas e utilizadas no presente), como projetar o futuro, mas o judicante, o militante do direito, não se esquece do reflexo de seus compromisso.
No Legislativo, na prática do legislar, o passado é sempre alterado para benefício do presente com vistas ao futuro melhor.
No Executivo, o compromisso por muitos são esquecidos, sobretudo quando tem em vista outros interesses, que o não da coletiva. O passado é esquecido, bem como os seus compromissos. O futuro é a continuidade da honraria pelo respeito aos compromissos firmados, mas é o interesse coletivo.
Antes a tudo, como colocar o cidadão em ATARAXIA – imperturbabilidade da alma, ou melhor, a tranqüilidade da alma. Será que o Bolsa-Família suporta a necessidade de todos os brasileiros, ou a saúde (alimentação, assistência medica, dentaria), transporte (meio de acessar por um veículo os locais necessários – trabalho, escola, hospitais…) e educação, são necessidades desprezíveis?
Qual a tendência do pensamento humanista da administração que assume, ou melhor, que continua? Se é que tem um pensamento humanista além do Bolsa-Família. Se é que, também, considera que a população não só necessita do Bolsa-Família.