“País de todos” é mentira político-eleitoral

Indignidade de vida

Quase oito horas da noite desta segunda-feira, 25 de maio, centro da cidade de São Paulo, a mais cristalina e vexatória vitrine da realidade social brasileira. A poucos metros da Praça da Sé, local de onde a multiplicidade da fé parte para todos os cantos, um homem não tão maltrapilho, porém faminto, caminha pelas ruas próximas. Diante de um saco de lixo deixado à porta de uma lanchonete já fechada, o homem se coloca de joelhos em busca de algo que sacie sua fome. Encontra a metade de uma laranja que horas antes, como suco, matou a sede de alguém. Envergonhado, o homem levanta-se com o meio bagaço em uma das mãos e caminha. Mais adiante, com olhar que mesclava vergonha com desconfiança, come disfarçadamente aquilo que para muitos era imprestável. Assim é o país de todos, onde grassa a corrupção e sobram programas sociais meramente eleitoreiros. Presidente Luiz Inácio, quanta blasfêmia!