Decisão ditatorial proíbe livro que conta verdades sobre a Bombril

Anos de chumbo

De maneira preocupante e na contramão da liberdade, o Brasil caminha rumo à bombril_01censura. Há pouco mais de um ano, o empresário Ronaldo Sampaio Ferreira, dono da Bombril, surgia na capa de uma revista semanal de economia e negócios na condição de Midas do setor de produtos de limpeza. À época, Ferreira já era alvo de investigação na Comissão de Valores Mobiliários por práticas empresariais nada ortodoxas. Agora, no vácuo da decisão do desembargador Guimarães e Souza, do Tribunal de Justiça de São Paulo, o dono da Brombril conseguiu impedir o lançamento do livro “Surdez das Empresas: Como ouvir a sociedade e evitar crises”, do jornalista Francisco Viana, que conta em detalhes a relação bisonha entre Ronaldo Sampaio Ferreira e o empresário Sérgio Cragnotti, que em período turbulento comandou a mais conhecida fabricante de palha de aço do País.

O que levou Sampaio Ferreira a apelar para a Justiça foi o capítulo “Bombril, das páginas policiais à recuperação econômica”. No contraponto, quem quiser saber um pouco mais sobre a realidade da Bombril, que faça uma visita à CVM ou pergunte aos presidentes do BNDES e da Previ, acionistas minoritários da empresa que foram prejudicados por um ainda inexplicável e dúbio aumento de capital. A decisão judicial que favoreceu a Bombril mostra, com clareza de sobra, que é inócuo o capítulo da Constituição Federal que garante que é livre a manifestação do pensamento, desde que vedado o anonimato. Em tempo: também por arbitrária decisão judicial, este site está proibido de citar o nome do mais oportunista banqueiro brasileiro, o DD.