Números da economia destoam da euforia palaciana

Não encaixa

juros_10Há algo muito mal contado na aludida virtuosidade da economia brasileira. Quando a crise financeira mundial deu os primeiros sinais de arrefecimento, Lula e os palacianos foram rápidos ao anunciar que o Brasil era o primeiro país a sair da crise. Nesse contexto é preciso considerar que a economia nacional depende em 85% do consumo interno e os benefícios fiscais criados pelo governo federal minimizaram os efeitos da crise. O que não significa que o País caminha às mil maravilhas. Tanto é assim, que em 2009 as exportações brasileiras caíram 22,2%, o pior resultado desde 1950. No ano passado, as exportações brasileiras, que atingiram a marca de US$ 152,252 bilhões, frustraram as expectativas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que tinha como meta a cifra de US$ 160 bilhões. Com tal desempenho, o superávit da balança comercial em 2009 foi de US$ 24,615 bilhões, o pior desde 2002, quando o saldo foi positivo em US$ 13,195 bilhões. Mesmo assim, o Banco Central prevê para este ano exportações de US$ 170 bilhões e importações de US$ 155 bilhões, ou seja, um superávit ainda menor, de US$ 15 bilhões.

Ora, diante de tal quadro é difícil acreditar que em 2010 a economia brasileira irá decolar, a exemplo do que garantem Lula e seus seguidores. Nesse embuste, que tem levado sistematicamente os brasileiros ao erro, deve-se acrescentar o irresponsável aumento das despesas de custeio do governo federal e os investimentos necessários para garantir a realização da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. A projeção do BC para o superávit da balança comercial brasileira mostra indiretamente que o fantasma da inadimplência pode sair das trevas. Em outras palavras, a conta, mais cedo ou mais tarde, baterá às nossas portas, como sempre.