STF julga liberdade de implicado na morte do ex-prefeito Celso Daniel

Cheiro de conspiração

celso_daniel_04Um dos casos mais controvertidos da crônica policial e política do Brasil, terá mais um capítulo julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Trata-se do pedido de liberdade solicitado por Marcos Roberto Bispo dos Santos, um dois seis acusados de matar em janeiro de 2002 Celso Augusto Daniel, então prefeito petista de Santo André (SP). Bispo dos Santos está preso preventivamente desde março de 2002 e alega que já extrapolou o prazo para que a Justiça lhe conceda liberdade. Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado e já cumpriu mais de sete anos de prisão.

A defesa sustenta que o STF, sob relatoria do ex-ministro Nelson Jobim (então presidente da Corte), revogou a prisão preventiva de Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, réu no mesmo processo e denunciado como suposto mandante do homicídio de Celso Daniel. A morte do prefeito é um caso controvertido, pois todas as testemunhas acabaram assassinadas e estaria envolvido com a corrupção na prefeitura. Há suspeitas da participação no crime de pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores.

O ex-prefeito foi sequestrado em 18 de janeiro de 2002 e levado para um cativeiro em Juquitiba, à beira da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), na saída de São Paulo para Curitiba. Segundo inquérito concluído em 1º de abril daquele ano pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), tratava-se de um crime comum, cometido por seis pessoas de uma quadrilha da favela Pantanal.

A família de Celso Daniel reclamou do resultado do primeiro inquérito policial, pois não descartou a possibilidade de crime político. Diante disso, o inquérito foi reaberto. Entretanto, diversos pontos controvertidos das investigações ainda continuariam sem resposta. O menor acusado de ter desferido os tiros no ex-prefeito, não teria reconhecido como a vítima dos disparos. Outro ponto obscuro é o depoimento do Sérgio Gomes da Silva, que era o motorista do carro em que viajava o prefeito Celso Daniel quando foi sequestrado.