Tem exemplo – Senador pelo Democratas do Piauí, Heráclito Fortes não ficará desempregado após se despedir do Senado Federal no final de janeiro de 2011. Heráclito não teve sucesso na tentativa de reeleição em outubro passado, mas deve permanecer na Casa como funcionário comissionado. O senador deverá ser nomeado diretor-geral, função que controla todas as atividades administrativas e burocráticas, assim como o orçamento anual de R$ 2,7 bilhões.
A nomeação de Heráclito estaria garantida especialmente com a recondução do senador José Sarney (PMDB-AP) à presidência da Mesa Diretora. Amigos e parceiros nas horas mais difíceis de implantação do plano de carreira dos servidores, Heráclito e Sarney falam o mesmo idioma há muito tempo. Heráclito Fortes é o atual primeiro-secretário, reduto dos Democratas garantido com o apoio a Sarney nas eleições para a Mesa, há dois anos.
A principal justificativa para a nomeação do senador seria a garantia da continuidade das reformas administrativas, implementadas graças à pressão da opinião pública depois dos escândalos dos atos secretos. A reboque das denúncias, descobriu-se que o então diretor Agaciel Maia possuía uma mansão à beira do Lago Paranoá (área nobre de Brasil) avaliada em R$ 5 milhões. Nas eleições passadas, Maia foi eleito deputado distrital graças ao apoio dos servidores terceirizados do Senado.
Não seria a primeira vez que um senador em fim de mandato assumiria a diretoria-geral do Senado. O cargo também foi ocupado pelo ex-senador (1979-1987) José Passos Porto, falecido em outubro passado aos 86 anos.
Passos Porto foi por cinco vezes deputado federal e uma vez senador da República. De acordo com informações da “Agência Senado”, notabilizou-se pela reforma tributária. Em sua luta por essa reforma, ficou conhecido como o criador da bancada municipalista no Congresso Nacional.
