Reforçando o fracasso – A capacidade de Luiz Inácio da Silva de inventar moda, como forma de ludibriar a opinião pública, é impressionante. Todos sabem que o programa “Minha Casa, Minha Vida”, lançado em março de 2009, foi e continua sendo um enorme fiasco, mas serviu para reforçar a pirotecnia palaciana que esteve a serviço da campanha da agora eleita Dilma Rousseff.
Durante meses seguidos, o programa foi usado sem o menor pudor como a grande invenção do governo do PT para acabar com o problema de moradia no País. Por ocasião do lançamento, o presidente-metalúrgico disse com todas as letras que entregaria 1 milhão de casas até 2010. Faltando apenas três semanas para que o ano de despeça, o “Minha Casa, Minha Vida” é um vexame. Até agosto passado, para o grupo de até salários mínimos, que corresponde a 90% do déficit habitacional, apenas 1,2% das 240.569 unidades contratadas foi concluído. Para piorar ainda mais o cenário, o número de unidades entregues era muito menor: 565, ou reles 0,23%.
Em outubro, durante solenidade de entrega de casas do programa, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, revelou números bem maiores. “Já contamos com 735 mil unidades contratadas e entregamos cerca de 180 mil unidades, número que subirá para 280 mil até o fim do ano. Nosso objetivo é chegar ao número de 1 milhão de unidades entregues”, declarou Fortes. Considerando que a declaração do ministro não é falaciosa, ainda falta muito para que a promessa de Lula se transforme em realidade.
Mesmo diante de números acanhados, o messiânico Lula tratou de criar a segunda versão do programa, o “Minha Casa, Minha Vida 2”. E para tal editou Medida Provisória, publicada no Diário Oficial na quinta-feira (2). De acordo com a MP, a meta do governo federal é entregar 2 milhões de casas até 2014. Ou seja, as 820 mil que estão faltando, de acordo com Márcio Fortes, mais a nova leva inventada por Lula da Silva. No novo texto da Lei nº 11.977, de 2009, que criou o programa, o limite máximo de repasse da União para o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) aumenta de R$ 2,5 bilhões para R$ 16,5 bilhões.
Resumindo, é mais um projeto ufanista do Palácio do Planalto, que servirá apenas para engrossar a cortina de fumaça que encobre a incompetência rotineira e os costumeiros escândalos oficiais.