Unanimidade nacional – Darío Conca é um craque cercado de consensos. Um deles, que dá conta da personalidade do jogador, é, na realidade, uma grande mentira: o argentino não é, nem de longe, tímido. De perto, menos ainda.
“Ele é muito diferente do que aparenta. Tímido? A verdade é que aquilo ali não vale nada”, atesta o massagista do Fluminense, Júlio Bransford, garantindo que no dia a dia o extrovertido meia faz piada de qualquer coisa – principalmente sobre um fictício relacionamento entre seu sobrinho e a filha do funcionário tricolor, ambos de pouco mais de oito meses de idade.
Pois à exceção desta, as outras verdades absolutas sobre o maestro do Tricolor na vitoriosa campanha do Brasileirão 2010 podem ser comprovadas por números ou por simples observação. A exatidão da matemática não deixa dúvidas: presente em todas as 38 partidas do time na competição, com participação em 28 dos 62 gols tricolores – foram nove gols e 19 passes que colocaram seus companheiros na cara da meta adversária –, Conca é a alma do Fluminense campeão brasileiro.
“Sei da minha importância para o time, pela participação durante toda a temporada”, diz o argentino ao “Fifa.com”, sem deixar a modéstia, essa sim uma de suas características genuínas, de lado. “Mas tenho que destacar o excelente elenco do Fluminense e o técnico Muricy Ramalho, que é sensacional”.
Aos 27 anos, Conca não hesita em apontar o presente como o melhor momento de uma carreira que começou no pequeno Club Atlético Tigre, da terceira divisão argentina. Aquele menino franzino, que já chamava atenção pela habilidade, mas não inspirava confiança nos treinadores, não poderia sonhar que depois de uma passagem discreta pelas divisões de base do River Plate, pela Universidad Católica, do Chile, e pelo Rosario Central, desembarcaria no Brasil destinado a se tornar ídolo.
“Vou seguir trabalhando e procurando conquistar meu espaço. Tenho o sonho de defender a seleção do meu país, seria um grande orgulho. Quem sabe este dia não está chegando?”, torce o craque. “Não sei explicar por que ainda não tive uma chance, mas a verdade é que o novo treinador acabou de começar seu trabalho agora. Saí muito novo da Argentina e isso dificulta um pouco. Mas minhas esperanças ainda são grandes e espero que a boa campanha do Fluminense este ano possa ajudar nisso”.
