Censura avança muito antes da criação da Agência Nacional de Comunicação

Anos de chumbo – Engana-se quem pensa que o retorno da censura é fruto da imaginação. Nos últimos meses, o assunto tem sido largamente discutido na imprensa, mas os totalitaristas palacianos garantem que a liberdade de expressão é uma garantia constitucional que jamais será incomodada. Mentira, pois o Palácio do planalto trabalha em silêncio para aprovar o texto que cria a Agência Nacional de Comunicação (ANC), cujo objetivo será regular o conteúdo da programação das emissoras de rádio e televisão. Em outras palavras, a ANC será um órgão censor da esquerda tupiniquim.

O documento de quarenta páginas, que está sob sigilo e recebeu o pomposo nome de Lei Geral da Comunicação Social, destrincha a criação de um novo marco regulatório para o setor de comunicação social. A agência censora substituiria a Ancine (Agência Nacional do Cinema) e teria poderes para multar empresas que veicularem programação considerada ofensiva, preconceituosa ou inadequada. Mas o documento não define qual é o conceito de ofensa, preconceito ou inadequação. O texto de criação da ANC prevê a proibição de parlamentares com mandato eletivo serem donos de emissoras de rádio ou tevê.

Independentemente da criação da totalitarista Agência Nacional de Comunicação, a censura caminha a passos largos no País, desde que Luiz Inácio da Silva e seus obedientes aduladores decidiram transformar o Brasil em uma ditadura civil.

Dono de um dos mais lúcidos e cristalinos pensamentos do País, Roberto Romano da Silva, professor de Ética e Filosofia, foi alvo de censura no “Correio Popular”, de Campinas, no interior paulista. Sob a alegação de “valorizar a sua assinatura”, um leitor do jornal campineiro exigiu que o brilhante articulista publicasse no espaço que lhe era reservado a carta eivada de insanas reclamações que enviou ao periódico. Ciente de que cartas de leitores devem ser publicadas em espaço adequado para tal, o professor Roberto Romano não se deixou intimidar pelas ameaças do assinante do jornal.

Não contente, o tal leitor investiu novamente com a ameaça de que “se não publicam o que eu quero e gosto, acaba minha assinatura”. Em outras palavras, a infame decisão da horda lulista de inocular na opinião pública o vírus da censura tem respaldado a aspersão de catilinárias como a endereçada ao professor Roberto Romano da Silva, um dos maiores intelectuais brasileiros, que externou sua indignação em e-mail enviado ao editor do ucho.info.

“Elias Canetti diz que existem pessoas que tudo fazem para ter seu nome impresso. Felizmente, para minha tranqüilidade de alma, não tenho tal doença. Se todos os jornais do mundo, e toda a mídia, me fechar as portas, tenho minha consciência e intelecto, tenho os livros dos filósofos, dos historiadores, dos poetas e dos romancistas, além dos tratados dos teólogos. E com eles conversarei até minha morte, seguindo o exemplo de Maquiavel”, escreveu Roberto Romano.