Descarte da Força Nacional de Segurança por Sérgio Cabral ainda permanece incólume

Bico fechado – Por ocasião dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio da Silva abusou do palavrório e garantiu aos cariocas que a Cidade Maravilhosa teria, encerrado o evento esportivo, o melhor e mais eficiente esquema de segurança pública do País. Passados três anos e meio do anúncio, nada aconteceu em termos de segurança pública no principal cartão-postal brasileiro.

Mas o discurso de Lula no Rio não foi a primeira e única incursão do presidente na área de segurança pública, que pela Constituição Federal é um direito do cidadão e um dever do Estado. Em 2004, sob a conhecida pirotecnia palaciana, o presidente-metalúrgico anunciou a criação da Força Nacional de Segurança, projeto sob a coordenação do Ministério da Justiça e gazeteado aos bolhões pelo então ministro Tarso Genro (PT), fanfarrão eleito para governar o Rio Grande do Sul nos próximos quatro anos.

Com o treinamento da tropa da Força Nacional de Segurança o governo Lula torrou o suado dinheiro do contribuinte em diárias, uniformes, instrutores e muito mais, sem que o resultado correspondesse ao montante investido e muito menos à mentira propalada. Para dar suporte ao polêmico projeto do governo federal, as Polícia Militares cederam parte de suas tropas por longo período, o que comprometeu o policiamento nos estados.

A prova definitiva de que a tal Força é mais um factóide esculpido a muitas mãos no Palácio do Planalto, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), recusou a ajuda da FNS na retomada da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. Após a recusa do companheiro Cabral, maravilhosa força terrestre de policiamento, criada por Lula, sequer foi lembrada. A grande imprensa, como sempre, não soube cobrar o uso da tropa da FNS, pois ao governador fluminense não cabia decidir que tipo de ajuda o governo federal deveria enviar ao Rio.

Como sempre acontece quando um assunto expõe de maneira crítica a sua incompetência, que agora começa a ficar na vitrine do cotidiano, o profético Lula da Silva opta pelo silêncio obsequioso. Para quem acredita ser um capítulo vivo da História, Lula se apequenou demais diante das imposições do boquirroto Sérgio Cabral Filho.