José Genoíno escancara sua face lenhosa durante despedida de Ibsen Pinheiro

Adeus concorrido – Em discurso repleto de apartes, o deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) despede-se da Câmara dos Deputados, pois o parlamentar decidiu não concorrer à reeleição em outubro passado.

Homem público de trajetória brilhante, Ibsen foi alvo de um ato covarde por parte da imprensa, que, à época da CPI do Orçamento, acusou-o de ter em conta bancária o equivalente a US$ 1 milhão. Na verdade, Ibsen Pinheiro tinha em sua conta corrente um valor equivalente a US$ 1 mil, mas a necessidade burra por uma manchete manchou naquele momento a história de um dos mais brilhantes políticos brasileiros.

No discurso que fez no plenário da Câmara, na tarde desta quarta-feira (8), Ibsen concedeu aparte ao deputado José Genoíno (PT-SP), acusado de integrar o criminoso esquema do mensalão do PT. Com a desfaçatez que lhe é peculiar, Genoíno disse que, a exemplo de Ibsen, ele foi condenado antes de ser julgado. O deputado petista é um dos réus no processo do mensalão que tramita no Supremo Tribunal Federal, cujo relator é o ministro Joaquim Barbosa.

É importante lembrar que José Genoíno prefere esquecer a história, pois o Partido dos Trabalhadores se incumbiu de incendiar a opinião pública para viabilizar a cassação dos envolvidos no escândalo que ficou conhecido como “Os Anões do Orçamento”. E o próprio Genoíno, que hoje teceu loas quase intermináveis ao colega de parlamento, ajudou a achincalhar a honra de Ibsen Pinheiro.

Em outro vértice da indignação mambembe de Genoíno há outro capítulo da história que o petista também prefere esquecer. Ao afirmar que foi condenado sem ser julgado, José Genoíno invalida um discurso pretérito do companheiro José Dirceu, agora deputado cassado, que por ocasião da CPI do Orçamento disse, na tribuna da Câmara, que para cassar o mandato do então deputado Ricardo Fiúza (PFL-PE) não eram necessárias provas, mas apenas evidências.

Como se não bastasse a face lenhosa de um dos mais ilustres mensaleiros, o presidente da sessão, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), pediu aos parlamentares que encurtassem ao máximo os apartes. Inocêncio de fato faz jus ao nome que recebeu na pia batismal, pois sua tentativa de encerrar um dos momentos altos do parlamento no ano de 2010 foi uma piada de péssimo gosto. Fora isso, Inocêncio foi pressionado pelo deputado petista Antônio Carlos Biscaia (RJ), que aos cochichos pediu para que o discurso de despedida de Ibsen Pinheiro fosse encerrado o quanto antes.

Uma tolice desmedida, pois a sociedade brasileira ainda espera um ato de bravura daqueles que durante as eleições prometem defender os interesses do povo, mas que empossados legislam apenas e exclusivamente em causa própria. Ou seja, no Congresso Nacional os parlamentares não se importam em atirar pedras na própria vidraça. Triste Brasil!”