Dança do siri – Divulgados na manhã desta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os números relativos à economia no terceiro trimestre deste ano mostram que a bolha de virtuosismo vendida ao mundo pelo messiânico Luiz Inácio da Silva tem vida curta.
De acordo com o IBGE, a economia verde-loura cresceu 0,5% no terceiro trimestre, em comparação ao período anterior, sendo que o total de riquezas produzidas no País atingiu a marca de R$ 937,2 bilhões. Se comparado com o mesmo período do ano passado, o Produto Interno Bruto registrou crescimento de 6,7% entre julho e setembro, mas é preciso considerar que em 2009 o Brasil ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional.
De acordo com o IBGE, o principal destaque no período foi o setor de serviços, com crescimento de 1% em relação ao segundo trimestre. No contraponto, a indústria apresentou queda de 1,3% e a agropecuária, de 1,5%.
Em outro vértice da economia nacional a situação é tão diferente quanto preocupante. De acordo com a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), o setor varejista nacional deve alcançar um índice de crescimento de 10%, em comparação a 2009, com R$ 11 bilhões de faturamento, contra R$ 9,8 bilhões do ano anterior. Para 2011 as perspectivas são mais sombrias. A Fecomercio estima que em São Paulo o setor varejista crescerá apenas 4%.
Esse cenário de demanda aquecida e retração industrial confirma os alertas feitos por este site, que insistiu em noticiar durante longos meses o perigo que as importações representam para a economia do País. Sem competitividade para exportar, por conta da valorização do Real e do chamado custo Brasil, a indústria nacional é obrigada a enfrentar diuturnamente uma enxurrada de produtos estrangeiros, especialmente chineses, invadindo o mercado.
O presidente Luiz Inácio da Silva pode justificar a atual situação da economia como bem entender, mas não foi por falta de aviso que o governo do PT deixou de tomar providências. Em setembro de 2007, muito antes da malfadada marolinha, o então ministro Roberto Mangabeira Unger, responsável à época pela Secretaria de Assuntos Estratégicos, estava debruçado sobre um estudo cujo título era no mínimo sugestivo: “Estaria o Brasil enfrentando o fenômeno da desindustrialização?”