Esquentando os motores – Muito tem se falado que o governo de Dilma Rousseff é uma espécie de terceiro mandato do presidente Luiz Inácio da Silva, mas o presidente-metalúrgico prefere desconversar quando o assunto vem à baila. Tão logo Dilma teve a eleição confirmada, Lula começou a palpitar na composição da equipe ministerial. Em seguida preferiu sair pela tangente ao afirmar que o governo da sua sucessora deveria ter identidade própria. Foi uma cortina de fumaça para dispersar a atenção da imprensa na escolha dos ministros. Não demorou muito e Lula da Silva começou a operar nos bastidores.
A incursão do presidente Luiz Inácio foi tamanha, que assessores próximos foram chamados para integrar a equipe da eleita Dilma Vana Rousseff. Na quarta-feira (15), Lula disse aos jornalistas que não partiu dele a iniciativa de indicar os ministros Guido Mantega e Paulo Bernardo da Silva para os ministérios da Fazenda e Comunicações, respectivamente. Na verdade, Lula conseguiu enxertar na equipe de Dilma Rousseff pessoas de sua confiança, o que em tese podem lhe garantir o retorno ao Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2015, desde que meses antes vença a corrida presidencial.
O primeiro sinal do desejo de Lula da Silva de voltar ao poder se deu com o registro em cartório, na quarta-feira, das supostas conquistas ao longo dos últimos oito anos. O ato, que tem muitas entrelinhas, foi interpretado como uma tentativa de mais adiante mostrar aos eleitores que Dilma Rousseff tentou mudanças, mas não conseguiu. Não se trata de impor por antecipação à presidente a cangalha da incompetência, mas de antecipar as dificuldades econômico-financeiras que a comunidade internacional já começa a enfrentar e que deve provocar reflexos em nossa querida e vilipendiada Botocúndia.