Indicação de Luiz Sérgio para Relações Institucionais freia poder de Lula e do PT paulista

Pé na porta – O anúncio de cinco novos ministros que integrarão o governo de Dilma Vana Rousseff trouxe ao menos uma novidade, que se analisada com calma permite a interpretação do que deverá acontecer politicamente a partir de 2011. Deputado federal pelo Rio de Janeiro, o petista Luiz Sérgio Nóbrega de Oliveira será responsável pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, atualmente ocupada por Alexandre Padilha, que a partir de 1º de janeiro assume o Ministério da Saúde.

A escolha de Luiz Sérgio para uma pasta estratégica no âmbito político serviu para a presidente eleita minimizar o crescente poder do capítulo paulista do PT, operação que começou com a fritura de Cândido Vaccarezza, líder do partido na Câmara dos Deputados, que estava na lista dos concorrentes à presidência da Casa. Outro deputado petista que também perdeu terreno foi o ex-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, que juntamente com Vaccarezza foi obrigado a desistir da disputa pelo comando da Casa legislativa em favor do gaúcho Marco Maia.

Um segundo alvo também foi atingido pelo mesmo disparo, mas de forma indireta e precoce. Ao tirar poder do PT paulista, Dilma Rousseff começa a mostrar as garras para o seu mentor eleitoral, o messiânico Lula da Silva, que já anunciou que em 2014 participará da corrida presidencial. O que explica a decisão do presidente de registrar em cartório as conquistas dos seus dois mandatos. A recente história política do país mostra que quem está no poder quase sempre tenta a reeleição. E com Dilma não será diferente.

Político ligado ao ex-ministro e deputado cassado José Dirceu, o futuro ministro Luiz Sérgio não goza de tanto trânsito no Parlamento, deficiência que ficou clara quando o parlamentar foi líder do PT na Câmara dos Deputados. E o fato de a presidente eleita tê-lo escolhido para gerenciar as sempre relações com o Congresso Nacional é sinal de que nem tudo será fácil depois da posse.

Os novos ministros do governo Dilma, cujos nomes foram confirmados pela equipe de transição, são: Luiz Sérgio (PT-RJ), para a Secretaria de Relações Institucionais; general José Elito Carvalho, para o Gabinete de Segurança Institucional; Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), para o Ministério da Integração Nacional; Leônidas Cristino (PSB), para a Secretaria Especial de Portos e Aeroportos; e Jorge Hage, que continuará à frente da Controladoria-Geral da União.

Confira abaixo os ministros já confirmados do governo de Dilma Rousseff

PT
Alexandre Padilha – Ministério da Saúde
Fernando Pimentel – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Fernando Haddad – Ministério da Educação
Aloizio Mercadante – Ministério de Ciência e Tecnologia
Ideli Salvatti – Ministério da Pesca
Maria do Rosário – Secretaria de Direitos Humanos
Paulo Bernardo – Ministério das Comunicações
Antonio Palocci Filho – Casa Civil da Presidência
Gilberto Carvalho – Secretaria-Geral da Presidência
José Eduardo Martins Cardozo – Ministério da Justiça
Guido Mantega – Ministério da Fazenda
Miriam Belchior – Ministério do Planejamento
Luiza Helena de Bairros – Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial
Tereza Campello – Ministério do Desenvolvimento Social

PMDB
Nelson Jobim – Ministério da Defesa
Edison Lobão – Ministério das Minas e Energia
Wagner Rossi – Ministério da Agricultura
Pedro Novais – Ministério do Turismo
Garibaldi Alves – Ministério da Previdência
Moreira Franco – Secretaria de Assuntos Estratégicos

PDT
Carlos Lupi – Ministério do Trabalho

PR
Alfredo Nascimento – Ministério dos Transportes

PP
Mário Negromonte – Ministério das Cidades

PC do B
Orlando Silva Jr. – Ministério dos Esportes

Sem partido
Izabella Teixeira – Meio Ambiente
Ana de Hollanda – Ministério da Cultura
Helena Chagas – Secretaria de Comunicação Social
Alexandre Tombini – presidência do Banco Central
Luís Inácio de Lucena Adams – Advocacia Geral da União (AGU)
Antonio Patriota – Ministério de Relações Exteriores