Pé na estrada – Tão logo a vitória de Dilma Rousseff nas urnas eleitorais foi confirmada oficialmente, o fanfarrão Luiz Inácio da Silva disse ser estar pronto para voltar ao Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2015. Antes disso, Lula tratou de indicar sete ministros, o que em tese garante a pavimentação para o seu retorno ao poder. Dias mais tarde, o agora ex-presidente disse que a companheira Dilma era a sua candidata para 2014 e que a reeleição é um direito de quem está no poder.
Acostumado a quebrar protocolos desde que chegou à Presidência da República, sem se preocupar com as formalidades do cargo, Lula não se fez de rogado e desceu a rampa do Palácio do Planalto após despedir-se da sucessora. Já ao pé da rampa, o ex-presidente se misturou ao povo, algo que se dedica a cada quatro anos. Foi assim em 2002, quando venceu a corrida presidencial, foi assim em 2006, quando garantiu a reeleição.
Lula disse, não faz muito tempo, que não pensava em disputar novamente a Presidência da República, mas o fato é que o petista está em franca campanha. Tanto é verdade, que um instituto será organizado para seus despachos e os da ex-primeira-dama Marisa Letícia. O tal instituto abrigará objetos pessoais do ex-casal presidencial, inclusive parte dos mais de cem ternos de Luiz Inácio da Silva. A mudança da família Lula da Silva, acomodada em seis carretas, deve chegar a São Bernardo do Campo, no ABC paulista, dentro de quinze dias.
Para provar que está com os olhos focados na eleição presidencial de 2014, Lula deve incorporar a ideia de Sérgio Cabral Filho (PMDB), governador do Rio de Janeiro, e criar na Cidade Maravilhosa uma filial do instituto que terá sede na capital paulista. Cabral Filho tenta dessa forma se cacifar para ser o vice de Lula daqui a quatro anos. Outra mostra de que o ex-presidente é candidato ficou clara no desejo expresso de ir ao Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, para acompanhar um jogo do Corinthians na arquibancada. Conselheiro vitalício do alvinegro paulistano, Lula sabe que isso é impossível em termos de segurança, mas recomendável sob o ponto de vista político-eleitoral.
E a presidente Dilma Rousseff que se prepare e trate de fazer o melhor possível até 2014, pois seu mentor eleitoral, o companheiro Lula, já está em campanha declarada.