Por cargos PMDB está disposto a tudo, inclusive azedar o “abacaxi” de Garibaldi Alves

Vale tudo – Tão logo teve sua vitória nas urnas confirmada oficialmente, a presidente Dilma Vana Rousseff disse que a equipe ministerial teria perfil eminentemente técnico. Uma enorme utopia, pois quando o triunfo eleitoral é conquistado no vácuo de alianças políticas há a obrigação de se render ao fisiologismo partidário, pois do contrário ter-se-á uma intifada. Sem conseguir fazer da sua promessa pós-eleição uma realidade, Dilma foi obrigada a transformar a equipe ministerial em uma espécie de colcha de retalhos. E ao PT coube nada menos que dezessete ministérios.

A voracidade com que o PT abocanhou as principais pastas e ainda tenta dominar as restantes a partir do segundo escalão levou a cúpula do PMDB a se reunir e tirar da cartola a primeira de uma série de ameaças. Em outras palavras, o PMDB por enquanto abriu a janela, mas ainda não se debruçou. Quando isso acontecer, Dilma provavelmente estará deixando livre o caminho para Lula tentar em 2014 sua volta ao poder.

O primeiro recado peemedebista foi a possibilidade de o partido defender no Congresso Nacional o aumento do salário mínimo, que desde 1º de janeiro vale R$ 540. A ideia inicial é elevar o salário para R$ 580. E para isso o partido contaria com o incondicional apoio da população, absolutamente descontente com os R$ 30 de reajuste. A movimentação do PMDB mostra que o partido está disposto a tudo e mais um pouco, a começar por uma espécie de autoflagelo político. Um eventual novo aumento do salário mínimo comprometeria as contas da Previdência, o que turbinaria ainda mais os já enormes problemas da pasta comandada pelo senador reeleito Garibaldi Alves Filho, do PMDB do Rio Grande do Norte.

Em outras palavras, para manter seu quinhão na máquina federal o PMDB está pronto para qualquer ação, inclusive para lançar um companheiro ao veneno da opinião pública.