Jobim rasga o discurso de Dilma, que se apequena diante da ilegal hospedagem Lula em base militar

Tudo pelo poder – Nada como um nababesco e importante cargo público para aniquilar a coerência de alguns cidadãos. Tal citação serve como uma luva sob medida para o ministro Nelson Jobim, da Defesa, que nesta sexta-feira (7), durante o “Bom Dia Ministro”, programa de rádio chapa branca, defendeu a estada de Luiz Inácio da Silva e da família no Forte dos Andradas, no Guarujá, badalada cidade do litoral paulista.

Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e, portanto conhecedor das leis, o gaúcho Jobim, que causa arrepios na sua Santa Maria, considerou ridículas as críticas da imprensa ao caso da hospedagem do clã Lula da Silva. “O presidente que já deixou o mandato e deseja passar momentos de lazer com a proteção necessária, o fará em ambiente do Exército. A decisão foi correta e eu acho as críticas absolutamente ridículas e sem fundamentação”, declarou o ministro fanfarrão.

De acordo com o que determina a legislação vigente, ex-presidentes têm direito a polpudos salários, segurança, assessores, motorista e veículo, tudo custeado pelo suado dinheiro do trabalhador brasileiro. Nenhum ex-presidente pode se hospedar em imóveis da União, exceto quando for convidado. O Ministério da Defesa que a estada do ex-presidente Lula e de sua família na base militar decorre de convite do ministro Nelson Jobim e as despesas serão pagas pelo Exército.

Se Nelson Jobim quer transformar o Brasil em picadeiro é um direito que lhe assiste, cabendo ao povo brasileiro permanecer ou não em estado de letargia contemplativa. Porém, causa estranheza o silêncio sepulcral da “companheirada” petista, que em tempos outros promovia estardalhaços diante de qualquer transgressão cometida por adversários políticos. Apenas para refrescar a memória de alguns, certa vez o PT patrocinou uma ruidosa gritaria quando, na era FHC, um avião da Força Aérea Brasileira levou Ronaldo Sardenberg, então ministro de Ciência e Tecnologia, e a família para o arquipélago de Fernando de Noronha, onde passaram férias.

Quando assumiu oficialmente a Presidência da República, Dilma Vana Rousseff, em seu discurso de posse, foi absolutamente clara ao dizer “não haverá de minha parte discriminação, privilégios ou compadrio”. Conforme explicita o dicionário Aulete, compadrio significa “proteção, favorecimento exagerado e injusto, ou ilícito; favoritismo; macumunação”. Fora isso, Dilma afirmou, também no discurso de posse, “Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito”.

Se a ilegal hospedagem da família Lula da Silva no Forte dos Andradas não for compadrio ou mal feito, que a presidente Dilma Rousseff venha a público para explicar o que realmente é. Do contrário, qualquer brasileiro está prontamente habilitado para escolher qualquer propriedade da União para passar férias.

Fosse o Brasil um país minimamente sério e Dilma a mulher de pulso que muitos dizem ser, Lula já estaria de volta a São Bernardo do Campo e Nelson Jobim no olho da rua.