Rolo compressor – Nos primeiros dias de 2003, o ucho.info afirmou que Luiz Inácio da Silva, que na ocasião estreava no Palácio do Planalto como presidente, tinha sob o braço um projeto de poder de duas décadas ou mais. Na verdade, à época demos ênfase à tese de que estava em marcha um projeto de “cubanização” do Brasil. Situação que pode ser facilmente comprovada nos dias atuais com o comportamento totalitarista do Partido dos Trabalhadores, que busca dominar a máquina federal de maneira covarde e preocupante.
Com o passar do tempo, o mencionado projeto de poder passou a ganhar projeto personalista, o que permitiu ao messiânico Lula aparecer na vitrine política como a única salvação dos brasileiros. E assim foi durante os últimos oito anos, período em que o ex-presidente se dedicou, entre tantas bizarrices, a deixar companheiros de legenda em situação delicada junto à opinião pública, como forma de se transformar na única alternativa viável dentro do próprio partido.
A escolha da neopetista Dilma Rousseff para sucedê-lo só aconteceu porque projeto do terceiro mandato, que o próprio Lula da Silva comandou a partir dos bastidores palacianos, não prosperou.
Desocupar o Palácio do Planalto não foi algo que Lula fez com facilidade. Extremamente apegado ao poder e entregue às inúmeras benesses do cargo, o próprio ex-presidente afirmou que seria difícil deixar a Presidência. Com uma genética propensa ao totalitarismo, Luiz Inácio da Silva continua mandando e desmandando, como se os quase 200 milhões de brasileiros fossem súditos de um imperador arrogante e abusado, com conhecida vocação para a tirania.
A sua ingerência no governo de Dilma Rousseff é tamanha, que a comandante do novo governo se cala diante dos desmandos de seu antecessor. O caso dos passaportes diplomáticos concedidos a dois filhos do ex-presidente e a um neto é prova maior do que deve vir pela frente. Lula não se incomoda com os comentários, pois a ele interessa apenas a manutenção do status de soberano. Se o caso dos passaportes tivesse alguém da oposição como protagonista, o PT já teria promovido uma enorme gritaria, quiçá criado um governo paralelo, como fez durante os anos de oposição tacanha e utópica.
Para reforçar a sua intimidade com a ditadura, modelo político que combateu no passado, Lula ordenou a apreensão do equipamento fotográfico dos repórteres da “Folha de S. Paulo” que à distância e em área permitida registravam imagens da família real (sic) na praia do Forte dos Andradas, no Guarujá. Desmandos dessa ordem aconteceram aos bolhões durante os dois mandatos de Lula. O primeiro deles foi a transformação do Palácio da Alvorada em colônia de férias dos filhos do então presidente. Lá, na residência oficial da Presidência, um dos Lula da Silva reuniu alguns amigos para farras aquáticas, tudo financiado com o suado dinheiro do trabalhador. O uso do avião presidencial pelos filhos do ex-presidente também agitou a república nesses longos oito anos.
Dilma chegou ao poder sob o manto da promessa da continuidade. De tal modo, os brasileiros de bem e com um mínimo de tutano têm duas dúvidas cruéis martelando o cotidiano. O que é pior o passado tirano de Lula, que se estende ao presente, ou o totalitarismo de Dilma, que surgirá como obra da continuidade?