Ao defender Paulo Coelho, ministra da Cultura ignorou a censura existente no Brasil

Visão míope – “Toda forma de censura é lamentável”. Assim disse a ministra da Cultura, a estreante Ana de Hollanda, diante da decisão do governo de Irão de proibir na terra dos aiatolás os livros do escritor Paulo Coelho. Convidada a integrar a equipe de Dilma Vana Rousseff no vácuo do apoio de seu irmão, Chico Buarque, à campanha da então candidata palaciana, Ana de Hollanda deve se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, para definir uma posição oficial do governo brasileiro em relação à decisão da ditadura teocrática gerenciada por Mahmoud Ahmadinejad.

Em qualquer situação da vida é preciso coerência, em especial na política. É sabido que cobrar coerência de políticos e autoridades é tarefa árdua, mas é bom que Ana de Hollanda seja informada que na era Lula da Silva, cuja continuidade está personificada em Dilma Rousseff, o governo brasileiro adotou atos de censura e aplaudiu de pé alguns conhecidos e truculentos censores. Ao comparar os dissidentes cubanos aos integrantes de facções criminosas recolhidos ao sistema penitenciário paulista, o messiânico e covarde Luiz Inácio da Silva endossou a censura que há cinco décadas impera na ilha caribenha. De igual modo, o fato de o governo Lula ter se calado diante das atitudes autoritárias tomadas pelo tiranete Hugo Chávez contra os órgãos de imprensa da vizinha Venezuela foi um ato de apoio à censura.

Como se não bastasse, Ana de Hollanda precisa tomar ciência de alguns fatos ocorridos aqui no Brasil. Então correspondente do jornal “The New York Times” no Brasil, o jornalista Larry Rother por pouco não foi expulso do País por ter escrito matéria em que abordou os conhecidos “bebericos” de Lula da Silva. Foi também do ex-presidente a ordem intempestiva que culminou com a demissão do jornalista Boris Casoy, que à época ancorava o telejornal da TV Record. Tudo porque Lula não pode ser contrariado. Por fim, mas certamente não a última das incursões ditatoriais da esquerda tupiniquim, o ucho.info foi tirado do ar, às vésperas do segundo turno da corrida presidencial, apenas porque publicou matéria sobre a saúde de Dilma Rousseff.

Além disso, a ministra Ana de Hollanda por certo não conhece a forma palaciana de fazer censura, sempre alimentada pelas bilionárias verbas publicitárias oficiais. E quem não reza pela cartilha palaciana fica de fora da distribuição do suado dinheiro do contribuinte, que no melhor estilo escambo é investido para ludibriar a opinião pública.

É preciso concordar com a novata ministra da Cultura, até porque censura é de fato lamentável, mas Ana de Hollanda precisa antes de tudo se dedicar a uma assepsia no quintal verde-louro, há muito impregnado com o autoritarismo que emoldura o totalitarismo esquerdista. De quebra, a ministra poderia perguntar a Paulo Coelho as razões de ele não voltar ao Brasil.