Dinheiro pelo ralo – Faltando pouco mais de três anos para a Copa de 204, acaba de surgir o primeiro escândalo na seara tupiniquim do maior evento esportivo do planeta. Escolhido para sediar a partida final da Copa da FIFA, o Estádio Mário Filho, popular e mundialmente conhecido como Maracanã, está sendo reformado, mas um detalhe pode comprometer o cronograma, impedindo que a praça esportiva seja utilizada na Copa das Confederações, que acontecerá em junho de 2013.
Orçada inicialmente em R$ 712 milhões, a reforma do Maracanã pode custar, ao final, R$ 1 bilhão. Tudo porque técnicos detectaram problemas estruturais na cobertura do estádio, o que deve atrasar em seis meses a conclusão das obras, prevista para 2012.
A previsão de gasto adicional (aproximadamente R$ 290 milhões) corresponde a 40% do orçamento inicial, o que exigirá uma nova licitação para a reparação da estrutura da cobertura do estádio. De acordo com a lei de licitações, gastos adicionais são permitidos desde que não ultrapassem 25% do valor previsto. No caso levantado pelo ex-prefeito do Rio de Janeiro e agora senador eleito César Maia (DEM), a adequação do Maracanã às regras impostas pela FIFA pode tropeçar no tempo.
É preciso acompanhar atentamente o processo, pois muitas das obras para os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, foram realizadas sem licitação, pois prevaleceu a urgência como desculpa para um dos maiores escândalos de superfaturamento da recente história brasileira. Parte do dinheiro desviado no rastro dos sobrepreços acabou irrigando algumas milionárias e vitoriosas campanhas eleitorais.
Além disso, não custa lembrar que muitos dos aeroportos brasileiros, atualmente operando bem acima do limite da capacidade, serão extremamente utilizados durante a Copa. Em outras palavras, está por vir o mais novo escoadouro do suado dinheiro do contribuinte.