Oposição ataca governador do Tocantins, que demitiu 16 mil servidores temporários

Silêncio no DF – Em Brasília, no dia seguinte à sua posse, o governador Agnelo Queiroz (PT) anunciou que 18,6 mil cargos em comissão seriam exonerados sumariamente. A decisão provocou problemas em várias áreas de atendimento direto à população, como emissão de documentos e assistência aos mais pobres. Enquanto aconteciam as reclamações da população, o governador progressivamente preenchia os cargos vagos com indicações políticas.

A falta de critério na demissão de servidores temporários não provocou queixas da oposição na Câmara Legislativa, que também exonerou 185 servidores que ocupavam cargos em comissão. Há uma semana, o presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas do Distrito Federal (Sindical), Adriano Campos, chegou a elogiar a iniciativa. “Consideramos essas exonerações um avanço e elogiamos a atitude da Mesa Diretora”.

Em Tocantins, no entanto, a oposição decidiu criticar o governador José Wilson Siqueira Campos (PSDB), que enfrenta um bombardeio verborrágico depois de exonerar em massa os servidores comissionados. A decisão foi classificada de “uma ação meramente política”, “um absurdo”, “um ato truculento”, “uma injustiça” e “uma falta de respeito”. Solidários, os deputados prometeram, entre outras medidas, recorrer à Justiça, segundo informa a imprensa local.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júnior Coimbra, lamenta que com uma canetada cerca de 16 mil funcionários temporários ficaram sem trabalho. “Vamos reagir e tomar as medidas cabíveis para defender esses tocantinenses”. O filho do governador, Eduardo Siqueira Campos, que responde pela Secretaria da Fazenda, defende os cortes e um rearranjo na Lei de Diretrizes Orçamentárias. “Vamos trabalhar com a realidade”.