Volta às aulas e semáforos quebrados complicam o sempre caótico trânsito da capital paulista

Parafuso solto – Maior cidade brasileira, São Paulo é palco de oximoros. Na manhã desta quinta-feira (27), o prefeito Gilberto Kassab (DEM) participa do lançamento do vídeo da candidatura da capital paulista para sediar o International Broadcast Centre (Centro Internacional de Transmissão) da Copa do Mundo FIFA 2014. Aspiração de cidade não apenas grande, mas organizada e estruturada para tão importante missão.

Enquanto as autoridades se preocupam com detalhes terceiros, nada foi decidido em relação à construção do estádio que deverá abrigar o jogo de abertura da Copa e outros tantos confrontos do mais badalado e cobiçado certame do futebol mundial. A única proposta em pauta é a construção de um estádio em Itaquera, extremo da Zona Leste, sob o manto do alvinegro paulistano, o Corinthians. Acontece que a área destinada à obra está coberta de entraves jurídicos, que até a última semana ainda perduravam.

No contraponto, para fazer da Pauliceia Desvairada uma eterna seara de contradições, 10% dos semáforos da cidade entraram em pane nos últimos dias em razão das recentes chuvas. Na quarta-feira (26), 600 semáforos estavam desligados, sendo que muitos deles instalados em vias importantes e de trânsito intenso, o que causou tumulto e congestionamento durante quase todo o dia. E o reparo dos equipamentos tem demorado em média três dias.

No cruzamento das Avenidas República do Líbano e Pedro Álvares Cabral, que margeiam o Parque do Ibirapuera e a Assembleia Legislativa, os semáforos apresentam instabilidade desde a última terça-feira (25). Para complicar, o retorno de parte dos alunos às aulas causou transtorno no trânsito da mais importante metrópole tupiniquim. Não é difícil imaginar o que pode acontecer em São Paulo durante a Copa de 2014 se os semáforos entrarem em pane.

Enquanto nada é resolvido em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab se dedica diuturnamente à cosmética da política. Diz a lenda que cada povo tem o governante que merece, mas certamente os paulistanos não merecem tamanho descaso.