Tucanos prometem proposta de reforma do Senado e PSol lança candidato à presidência da Casa

Crise de ética – A bancada do PSDB pretende apresentar um projeto de reforma administrativa do Senado Federal nos próximos meses. A proposta virá através da primeira secretaria da Mesa Diretora, que deverá ser ocupada pelo senador Cícero Lucena (PB), indicado pelos tucanos na partilha de cargos a que cada partido tem direito.

“Vamos ajudar ele nesta tarefa”, resumiu o líder da bancada senador Alvaro Dias (PR), após a reunião dos tucanos para definir as estratégias que serão discutidas na reunião dos líderes de partidos daqui a pouco. Alvaro Dias disse que o projeto tucano pretende reunir várias outras propostas que já circulam pela Casa, inclusive adotar algumas ideias sugeridas pela Fundação Getúlio Vargas, que até agora não encontraram eco na administração de José Sarney (PMDB-AP).

Na reunião dos líderes imagina-se chegar a um acordo sobre todos os cargos da Mesa e as presidências das comissões técnicas permanentes. O PSDB deverá defender a presidência da Comissão de Infraestrutura, atualmente dirigida pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

A senadora Marisa Serrano (MS), que poderia assumir a primeira secretaria, disse à reportagem do ucho.info que o PSDB fará uma “oposição qualificada” em grandes temas nacionais. “Como teremos menos parlamentares da oposição se comparado com a legislatura passada, devemos melhorar nossa atuação”. Discurso idêntico tem o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) – na terça-feira ele assume mandato de deputado federal – que declarou, há instantes, que de agora em diante o partido fará uma oposição mais eficiente, principlamente porque nas duas Casas legislativas (Câmara e Senado) a superioridade numérica da base de sustentação do governo Dilma Rousseff é inquestionável.

No meio da tarde, o PSol anunciou que o senador Randolfe Rodrigues (AP) será candidato avulto (“candidatura programática”, na avaliação do partido) à presidência do Senado Federal. Historiador e advogado, o jovem senador de 38 anos disse que a sua candidatura pretende ser um contraponto “ao continuísmo e à crise de ética” no Senado Federal.

Ele lançou um manifesto com oito itens, onde destaca a recuperação do “antagonismo do Legislativo”.Sugere também a adoção do orçamento impositivo, já que o orçamento não “pode ser uma peça de ficção”. O orçamento impositivo é uma idéia que permeia o Congresso Nacional, mas que nunca é viabilizada. Ele permite que as emendas parlamentares sejam cumpridas pelo Executivo, que atualmente decide sobre sua aceitação ou não.