Brincadeira desnecessária – Diz a sabedoria popular que renovar é preciso para dar um novo rumo à vida, mas engana-se aquele que desde já aposta na nova leva de deputados e senadores que nesta terça-feira (1) chega à Câmara e ao Senado.
Com um dos mais baixos níveis de qualificação de todos os tempos, o Congresso Nacional dificilmente defenderá os interesses do povo brasileiro, exceto aqueles assuntos que normalmente propiciam aos políticos profissionais chances eleitorais futuras. De resto, prevalecerá a troca de favores, o corporativismo criminoso e o espúrio jogo de interesses, assuntos que deixam a sociedade verde-loura cada vez mais marginalizada e distante do poder.
No momento em que o Brasil está sob o manto de um totalitarismo esquerdista que caminha a passos largos e contínuos, alguns parlamentares, já genuflexos como outros tantos por conta do fisiologismo que a política alimenta há séculos, encontram tempo para boçalidades discursivas e chistes de toda ordem. O deputado baiano Acelino Popó Feitas, que chega pela primeira vez ao Parlamento, e o veterano senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foram protagonistas de uma das mais comentadas notícias da segunda-feira (31).
Eleito suplente pelo PRB da Bahia, o boxeador Popó, que assume o mandato de deputado federal na vaga deixada por Mário Negromonte (PP-BA) – atual ministro das Cidades – desafiou o senador paulista para uma luta de boxe. O próximo a subir no ringue contra Acelino Popó Freitas deve ser o senador Magno Malta (PR-ES). “Eu soube que o [senador Eduardo] Suplicy (PT-SP) é lutador de boxe, o primeiro a desafiar vai ser ele e [o senador] Magno Malta (PR-ES). São dois metidos a lutador de boxe, esse vai ser o meu primeiro desafio”, disse Popó.
Ao saber do desafio lançado pelo baiano Popó, o petista Eduardo Suplicy, que em tempos outros se dedicou ao pugilismo, disse “luto com o Popó quando ele quiser e na hora que ele quiser”. Faz parte do ofício do jornalista noticiar os fatos, mas se calar diante de um escárnio é um enorme absurdo. Não é possível achar graça de uma situação ridícula por dois parlamentares, supostos representantes da vontade popular, que custam ao contribuinte a fortuna mensal de R$ 130 mil cada um.
Definitivamente não desse tipo de político mambembe e gazeteiro que o Brasil precisa para solucionar a enxurrada de mazelas que açoita o povo diuturnamente. Certa vez, creditaram ao então presidente da França, general Charles De Gaulle, a declaração de que o Brasil não era um país sério. Na ocasião muitos torceram o nariz, mas algumas décadas depois os brasileiros de bom senso precisam admitir que, sendo De Gaulle o autor ou não da tal declaração, a tese é absolutamente correta e verdadeira.