Jogo de interesses – O plenário do Senado Federal referendou há instantes a nova composição da Mesa Diretora da Casa. Após a eleição de José Sarney (PMDB-AP), na manhã desta terça-feira (1), para um novo mandato como presidente do Senado – é o quarto mandato – os senadores confirmaram os nomes aqui anunciados e que no biênio 2011-2012 estarão no comando da Câmara Alta. Eleita pela primeira vez ao Senado, a petista Marta Suplicy, aquela do fatídico “relaxa e goza”, assumirá a primeira vice-presidência, sendo a substituta imediata do maranhense José Sarney.
O segundo vice-presidente é o senador Wilson Santiago (PMDB-PB). A primeira secretaria, uma espécie de prefeitura do Senado, ficará sob a responsabilidade do tucano Cícero Lucena, também da Paraíba. João Ribeiro, do PR do Tocantins, assume a segunda secretaria. Ao senador João Vicente Claudino, do PTB piauiense, caberá a terceira secretaria, enquanto a quarta secretaria ficará sob a responsabilidade do ex-deputado federal e agora senador Ciro Nogueira (PI), do Partido Progressista.
Na definição dos nomes para compor a Mesa Diretora do Senado chamou a atenção a briga figadal entre Marta Suplicy e o também petista José Pimentel, do Ceará, que disputaram palmo a palmo o direito de concorrer à primeira vice-presidência da Casa. Após a queda de braços ficou definido que no primeiro ano do biênio o cargo será ocupado pela ex-ministra do Turismo, que com isso se cacifa desde já como candidata à prefeitura de São Paulo, em 2012.
Na condição de segundo membro mais importante da Mesa Diretora do Senado Federal, Marta Suplicy não apenas assume a condição de candidata natural do PT à prefeitura paulistana, mas começa a inviabilizar, mesmo que lentamente, o sonho político do companheiro Aloizio Mercadante, atualmente no Ministério de Ciência e Tecnologia, de buscar nas urnas o direito de administrar a maior cidade brasileira.
Esse intrincado cenário mostra que os políticos não se elegem para defender os interesses da sociedade e da nação, mas apenas para tratar dos interesses pessoais. De agora em diante, cada eleitor brasileiro já pode se considerar um maior abandonado.