Dilma Rousseff rasga o discurso de campanha, veta aumento maior do mínimo e prorroga a pobreza

Vergonha nacional – Independentemente do candidato, campanhas eleitorais são marcadas por mentiras, que dependendo da necessidade de estar no poder se transformam em uma avalanche de mitomania. Durante a recente campanha presidencial, a agora presidente Dilma Vana Rousseff, que à época flanava à sombra do messianismo boquirroto do companheiro Lula, disse a quem quisesse ouvir a não menos messiânica frase “‎vocês não verão mais pobreza”.

Ao completar um mês no principal cargo do País, a neopetista Dilma já deu mostras de que eleição é uma coisa, mandato é outra. O que se promete em uma situação não se cumpre em outra. Na última semana, a presidente bateu o martelo na polêmica sobre o valor do salário mínimo, que não passará de míseros R$ 545. Ao mesmo tempo, Dilma arrumou uma ruidosa e difícil frente de conflitos ao contrariar os líderes sindicais e anunciou que nomeações para o segundo escalão do governo federal só correrão após a matéria [salário mínimo] ser votada na Câmara e no Senado. Resumindo, chantagem barata financiada pela miséria do povo.

No apagar das luzes de seu último mandato, Luiz Inácio da Silva editou medida provisória aumentando o salário mínimo para R$ 540. A decisão de deixar o assunto para as últimas horas de um governo marcado por corrupção e pirotecnia teve como objetivo poupar a popularidade dúbia do então presidente. O aumento de R$ 30 foi insuficiente para cobrir a inflação de 2o10, situação que deve empurrar o trabalhador brasileiro rumo ao endividamento.

Em outro vértice da discussão, a esmola de R$ 5 que Dilma agora oferece pouco em nada mudará o calvário já enfrentado pelos trabalhadores. Para se ter ideia do absurdo que é a decisão palaciana de limitar o salário em R$ 545, o aumento extra concedido por Dilma é insuficiente para ter sobre a mesa uma dúzia de laranjas, que no maior centro de distribuição de alimentos da América Latina, o Ceagesp, em São Paulo, chega a custar R$ 6.

Isso mostra que Dilma Rousseff não faltou com a verdade quando, na campanha eleitoral, afirmou “vocês não verão mais pobreza”. De agora em diante, os brasileiros deixarão de contemplá-la para viver intimamente com ela, a pobreza. Mesmo assim, Dilma manteve em seu governo o slogan utilizado largamente por seu antecessor, “Brasil, um país de todos”.