Disputa na Câmara – Pai e filho na família Lula da Silva devem não estar conversando ou suas ideias e pensamentos são diferentes sobre o valor do salário mínimo. Enquanto o pai, em defesa da presidente Dilma Rousseff, chamou de “oportunista” a pressão das centrais sindicais por um valor superior a R$ 545, oferecido pelo governo, o filho divulga em sua página pessoal no Facebook um discurso de oposição. Marcos Lula chegou a postar uma foto contra o mínimo e um texto bastante contundente.
“Não vou me calar, não é essa a bandeira do socialismo que tanto nossos representante pregam, chega!!! Enquanto os senhores deputados tiveram um aumento de mais de 10 mil reais nós e a nossa familia tivemos um aumento 545 Vergonha!!! Pediram votos tiveram e agora onde nós ficamos???”
Na Câmara dos Deputados, onde o tema está sendo debatido, o líder da base governista, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), cobrou unidade da base de apoio ao governo na defesa do valor de R$ 545 — a oposição cobra um salário-base de R$ 600 e os sindicalistas querem R$ 580. “Quero me dirigir à oposição e à base de governo para dizer que, nesta questão, o governo brasileiro continua firme com sua política de desenvolvimento econômico, distribuição de renda e criação de empregos”.
Ele afirmou da tribuna que a proposta de política para o salário mínimo a ser enviada ao Congresso Nacional pelo Executivo nos próximos dias deverá permitir um reajuste de 13% no ano que vem.
Por conta das declarações do ex-presidente contra seus antigos companheiros sindicalistas, as relações das lideranças com o Palácio do Planalto não estão nada boas. “Derrotar inimigo é uma coisa. Mas derrotar aliados é complicado”, observa o deputado e presidente da Força Sindical Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). “A relação poderia começar com um entendimento agora. É um primeiro erro grave”, afirmou.
