Impasse sobre renovação de frota da FAB provocará sérios problemas internacionais ao Brasil

Céu nublado – A agência de notícias Reuters, com base em declarações do secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, informou na terça-feira (9) que a presidente Dilma Rousseff prefere o caça F-18 Superhornet, fabricados pela Boeing, para renovar a frota de supersônicos da Força Aérea Brasileira. De acordo com a agência, Dilma insistiu com Geithner na transferência total de tecnologia.

A exigência do governo brasileiro é impossível de ser cumprida, pois a legislação dos Estados Unidos proíbe a transferência de tecnologia militar. Qualquer promessa nesse sentido depende do Congresso aprovar mudanças na lei que regulamenta o tema.

A decisão sobre o reaparelhamento da FAB deveria ter sido tomada pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que em setembro de 2009 anunciou, ao lado do francês Nicolas Sarkozy, que o governo brasileiro optara pelo modelo Rafale, da Dassault. Desde então, Lula se empenhou em postergar o anúncio sobre a escolha do supersônico, assunto que ficou como herança para a companheira Dilma.

Dos três fornecedores que participam da licitação, a Dassault é a única com condições legais de transferir tecnologia. Além da Boeing, também participa a sueca Saab, com o Gripen NG, cujo modelo ainda não decolou da prancheta de projetos.

O bamboleio que marca essa licitação pode levar o Brasil a enfrentar dificuldades no campo da diplomacia internacional, pois a França, assim como os Estados Unidos, tem assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, onde o governo brasileiro pleiteia uma vaga definitiva. Se o Palácio do Planalto imagina que um eventual flerte com a Boeing garante a chegada do Brasil ao Conselho de Segurança, os incautos que se preparem, pois a Casa Branca já deu mostras sobre a insatisfação ianque em relação ao apoio do governo brasileiro Às sandices atômicas do iraniano Mahmoud Ahmadinejad.