Após derrotar Ricardo Murad na Assembleia, Roseana Sarney nomeia o cunhado inimigo para a Saúde

Camisa de força – Como sempre destaca o ucho.info, a política é a arte da incoerência e da falta de lógica. Ao longo dos anos, a governadora Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão, que herdou o coronelato comandado pelo pai e que há cinco décadas impede o desenvolvimento do mais pobre estado brasileiro, mostrou que não pode ser contrariada, comportamento típico de qualquer filha mimada. E nesse cenário em que muitos tiveram de se ajoelhar diante da ditadura maranhense ou foram alvejados pelo veneno político do clã, Ricardo Murad, cunhado da governadora, travaram nos bastidores políticos, durante longos anos, uma queda de braços ferrenha e com direito a lances espetaculares.

Depois de tantas sessões de chumbo trocado, Roseana decidiu fazer as pazes com o cunhado como forma de facilitar o próprio caminho político. E a bandeira branca foi materializada com a decisão de enxertar Ricardo Murad no governo anterior como secretário da Saúde. Obrigado pela legislação eleitoral a deixar o cargo para concorrer a uma vaga de deputado estadual, Murad, agora devidamente eleito e empossado no Legislativo, protagonizou há dias um entrevero político com Roseana Sarney durante a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa maranhense. Tudo porque a governadora temia por uma intifada de parlamentares comandada pelo cunhado.

Passados alguns dias, a governadora decidiu que o melhor é ter os inimigos por perto e sob controle. Para a indignação de muitos, Ricardo Murad foi reconduzido à Secretaria da Saúde, o que desde a terça-feira vem sendo considerado um verdadeiro caos no Maranhão. Na gestão anterior de Murad à frente da Saúde, muitos maranhenses precisaram se socorrer do sistema público de saúde do Piauí. Em casos mais urgentes, como cirurgias para a retirada de tumores, os pacientes enfrentavam, sob sol escaldante, longas viagens em ambulâncias entre as capitais São Luís e Teresina.

Mesmo assim, Sarney e sua turma, que no caudilhismo maranhense sucederam o não menos déspota Vitorino Freire, insistem na tese mambembe e mentirosa de que fazem um enorme bem à população da terra do arroz de cuxá.