Mal contado – Tão logo foi controlado o fogo que destruiu os barracões das escolas de samba Portela, Grande Rio e União da Ilha, na Cidade do Samba, na zona portuária do Rio de Janeiro, estimou-se que o prejuízo total das três agremiações beirava os R$ 20 milhões. As notícias sobre o tema enfatizaram que as escolas do samba do Rio normalmente entram na Avenida Marquês de Sapucaí a bordo de um desfile que custa em média R$ 7 milhões.
No afã de evitar prejuízos para a Cidade Maravilhosa, principalmente no comércio e no turismo, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) anunciou a liberação de dinheiro dos cofres municipais para as escolas de samba prejudicadas. Na sequência, uma informação oficial da prefeitura carioca revelou que as três agremiações receberiam R$ 2,5 milhões, a ser rateado. Como os dirigentes das escolas disseram que tudo foi perdido, o dinheiro oferecido pela prefeitura do Rio será insuficiente para garantir os desfiles.
Em tese a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro não tem a obrigação de ajudar financeiramente as escolas de samba atingidas pelo incêndio, mas há nesse caso um detalhe que chama a atenção. Presumindo-se que uma escola de samba é uma pessoa jurídica devidamente constituída, é importante saber a origem do dinheiro que financia a realização de desfiles milionários, considerados em vários países como o maior espetáculo da Terra.
Com o fogo na Cidade do Samba caminhando para a vala do esquecimento, o terreno está absolutamente livre para que o Leão da Receita Federal entre em ação. E mais: as causas do incêndio que destruiu milhares de fantasias e adereços e dezenas de carros alegóricos continuam vagando na seara do mistério. A história foi muitíssimo mal contada e o assunto sumiu da mídia com excesso de rapidez.