Dilma aciona a tropa de choque para garantir aprovação do mínimo e mantém ameaças aos dissidentes

Atropelamento oficial – O rolo compressor do Palácio do Planalto entrará em cena pela primeira vez desde que Dilma Rousseff chegou à Presidência da República. Contando com 400 genuflexos integrantes da base aliada, Dilma comanda nesta terça-feira (15) a operação para sufocar a tentativa de alguns parlamentares de elevar o salário mínimo para além de R$ 545. A justificativa oficial é que qualquer valor acima disso comprometeria o plano de redução de gastos o governo federal, que não passa de uma pirotecnia encomendada para, mais adiante, deixar a opinião pública estupefata com a suposta competência da presidente.

Para que o plano seja cumprido dentro do planejado, Dilma escalou o ministro da Fazenda, o companheiro Guido Mantega, para explicar aos deputados federais as razões que impedem um aumento maior do salário mínimo. Como reforço, o que pode servir como anestésico para a consciência da população, o governo federal começa nesta terça-feira a distribuição de medicamentos para hipertensão e diabete. Enquanto isso, curar uma gripe típica de verão pode custar até 20% do salário mínimo.

Até agora não se sabe quais serão os argumentos que Mantega usará para convencer os parlamentares, mas é sabido que a inflação não apenas corre solta, mas já desencadeou um processo de aumento de preços além do necessário, ação que resulta do medo dos comerciantes diante de uma disparada de preços. No quesito alimentação, muitos produtos já registram aumento de 80% nos últimos trinta dias.

Dilma Rousseff e o núcleo duro do governo ameaçaram com retaliações os políticos que na quarta-feira (16) votarem contra o salário mínimo fixado em R$ 545. O PDT, partido da base de sustentação, aderiu à proposta que eleva o mínimo para R$ 560. Resta saber qual será o tratamento a ser dispensado por Dilma ao partido, uma vez que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, é pedetista e presidente licenciado da legenda. Vale lembrar que um processo de esvaziamento de Lupi está em marcha silenciosa desde que Dilma Rousseff conquistou a vitória nas urnas.