PP reúne-se em Brasília para discutir o mínimo, enquanto Dilma aposta na política do “tapinha nas costas”

Prova dos nove – Integrante da base de sustentação do governo federal desde a era Lula da Silva, o Partido Progressista reúne-se às 15 horas desta terça-feira (15), na Câmara dos Deputados, para decidir sobre o posicionamento da legenda em relação à votação do novo valor do salário mínimo, fixado pelo Palácio do Planalto em R$ 545.

Enquanto cumpre a missão palaciana de convencer dissidentes e oposicionistas, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, deve ter dificuldades para persuadir parte dos deputados do PP, partido que vem sendo tratado com desdém pela presidente Dilma Rousseff. Sem ter o mesmo espaço político que conquistou no governo anterior, o PP olha com certa dose de desconfiança a atuação do deputado baiano Mário Negromonte à frente do Ministério das Cidades. Na gestão anterior, o então ministro Márcio Fortes pouco fez pelo PP.

No contraponto, o PP torce o nariz para a composição do segundo escalão do Ministério, cujos nomeados integram o rol dos afilhados políticos do governador da Bahia, o petista Jaques Wagner, responsável pela chegada de Mário Negromonte à Esplanada dos Ministérios, em movimento que contrariou muitos políticos do partido aliado.

Dilma Rousseff enfrentará na quarta-feira (16) o primeiro grande teste de sua administração. Mesmo sem acenar com uma possibilidade de recuo, Dilma pode sair vitoriosa dessa empreitada, mas terá de sentar-se à mesa para negociar com os partidos da base, pois do contrário o Plenário da Câmara pode se transformar na versão verde-loura da Praça Tahrir, local que abrigou os revoltosos egípcios que defenestraram o ditador Hosni Mubarak do poder.

Dilma Rousseff que se cuide e consulte o seu mentor eleitoral Luiz Inácio da Silva, pois tapinha nas costas é o tipo de contrapartida que não funciona no mundo político nacional. Ademais, o silêncio do PMDB da Câmara é de causar preocupação em qualquer político experiente.