Protógenes pode ter status de banqueiro com eventual casamento com herdeira do Credit Suisse

Maior fortuna – Deputado federal e delegado licenciado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz namora Roberta Luchsinger. Os dois se conheceram na campanha eleitoral do ano passado, quando Protógenes concorreu e venceu o pleito pelo Partido Comunista do Brasil de São Paulo à Câmara dos Deputados.

A notícia do relacionamento poderia ser apenas um registro em coluna social ou uma fofoca de bastidores. A informação, no entanto, tem implicações até mesmo no mercado financeiro. Roberta Luchsinger tem uma das maiores fortunas do Brasil e do planeta.

Ela é a única herdeira do grupo Credit Suisse, com sede em Zurique, o segundo maior banco da Suíça, depois do UBS. A instituição, como informa o sítio eletrônico do banco, atua mundialmente e tem 48 mil funcionários. Em 2007, teve um lucro líquido de 7,8 bilhões de francos suíços.

A reportagem do ucho.info conversou com Protógenes e com Roberta. Como era de se esperar, o delegado-deputado fez algum esforço para negar o namoro. “Eu conheço Roberta. Muita gente conhece”. Depois, sorrindo, chegou a sugerir uma manchete de jornal. “Quer dizer que a manchete é Protógenes será banqueiro?”

Como se sabe, Protógenes chegou ao estrelato do noticiário com a prisão do banqueiro opportunista DD – a Justiça continua nos proibindo de citar seu nome. Na Operação Satiagraha foi preso, em 2008, o sócio-fundador do “Banco das Oportunidades” por ordem do juiz (agora desembargador federal) Fausto Martin de Sanctis, devido à tentativa de suborno de um delegado da Polícia Federal e por crimes financeiros. DD foi libertado no mesmo dia por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal.

Por e-mail, a neta de Peter Paul Arnold Luchsinger foi evasiva: “Não falo sobre minha vida pessoal”. Mais tarde, em três ligações telefônicas, assessores muito próximos à banqueira confirmaram que o casal está apaixonado. E não deixaram de ameaçar o site com processo, caso a reportagem “tivesse alguma mentira” e advertiram sobre as implicações no grupo familiar.

Protógenes Queiroz frequenta com regularidade no Hotel e Restaurante Emiliano, mas há quem garanta que ele é hóspede contumaz de um dos mais luxuosos hotéis da capital paulistana, de propriedade do grupo Credit Suisse e que integra a rede The Leading Hotels. O “Emiliano” fica na Rua Oscar Freire, no coração dos Jardins, um dos bairros mais exclusivos de São Paulo – de acordo com o hotel. O agora deputado também recebeu apoio “indireto” de Roberta, segundo a assessoria, na campanha eleitoral.

Em dezembro de 2010, Roberta e Protógenes estiveram juntos em um evento público. Foi na XVª Edição da Taça Bárbara Wright de Vela na região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Também esteve presente Peter Paul Arnold Luchsinger, o avô de Roberta, que, segundo consta, já teria dado a bênção para um eventual casamento.

O casal pensa em união formal, mas esbarra no passado de Protógenes, ainda legalmente vinculado a um primeiro casamento. O deputado se apressa para regularizar a situação da separação judicial. “São duas pessoas maduras que se respeitam”, afirma a pessoa próxima à banqueira. Ela também afirma que a relação é “saudável, que não existe malandragem, nem interesse financeiro” da parte de Protógenes. O contrato nupcial está praticamente concluído com cláusulas bem específicas.

Além de resolver a questão documental, Protógenes tem outras questões pessoais pendentes. Há 12 anos ele é companheiro de Heloísa, com quem tem um filho de nove anos. A relação, no entanto, estaria em crise nos últimos dois anos.

Roberta esteve recentemente em Brasília, quando se hospedou em luxuoso hotel da capital federal. Fez compras em um badalado shopping da capital dos brasileiros e só não foi à posse de Protógenes na Câmara dos Deputados por conta de um apelo do próprio namorado. É que também estava na cidade Heloísa. É de imaginar o constrangimento que poderia ocasionar um eventual encontro entre as duas mulheres.

A banqueira chegou a Brasília sem chamar muito a atenção, mas a bordo de um helicóptero Agusta Westland, modelo AW 109 Power, utilizado na aviação executiva e que atinge a velocidade de 311 quilômetros horários. Roberta tem um estilo discreto e se prepara para assumir o controle dos negócios, hoje nas mãos do avô. Gosta especialmente de cavalos, sendo que na Bélgica tem alguns animais.

O Credit Suisse e a família

Em dezembro do ano passado, o jornalista João Dória Júnior informou em sua coluna, na revista “IstoÉ”, que os herdeiros do banqueiro Roger Wright “resolveram mostrar as caras”. Ellen Marion Mouravieff-Apostol, brasileira que vive na Suíça, e Peter Luchsinger, suíço que vive no Brasil, pediram na justiça o espólio da fortuna dos Wright que é estipulada em US$ 300 milhões.

Roger Wright morreu em maio de 2009 em Troncoso, na Bahia. A bordo de um avião King Air, caiu junto com mais 10 pessoas a 150 metros da cabeceira do aeroporto do condomínio Terravista, um resort de luxo. O banqueiro era sócio fundador da Arsenal Investimentos.

No site do Credit Suisse informa-se que trata-se de um banco global sediado em Zurique, que atua no mercado em negócios de Private Banking, Investment Banking e Asset Management.

O Banco de Investimentos Credit Suisse (Brasil) S.A. é uma instituição na área de gestão de recursos de terceiros há mais de 20 anos. Em 1998, o Banco de Investimentos Garantia S.A. foi adquirido pelo Credit Suisse First Boston. Em 16 de janeiro de 2006, as operações globais do Credit Suisse foram unificadas sob uma mesma marca, e a razão social do CSFB passou a ser Banco de Investimentos Credit Suisse (Brasil) S.A.

De acordo com o site “SwissInfo.ch”, o Crédit Suisse Brasil foi escolhido pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para ser comissário mercantil da compra da empresa de telecomunicações Brasil Telecom pela concorrente Oi (ex-Telemar). O banco foi fiador do negócio. O banco já havia participado da compra da mineradora Inco, pela poderosa Vale, e colaborou na fusão de dois grandes sites de compra de produtos pela internet: o Submarino e a Americanas.com.

Tem clientes de grande porte como as mineradoras MMX e Vale, a construtora Camargo Corrêa, a indústria de alimentos Perdigão e a indústria de celulose Suzano, além de diversas outras empresas e bancos.

Os problemas do Credit Suisse

Por três vezes, entre 2006 e 2008, o banco esteve nas páginas policiais. Em abril de 2008, foi preso o suíço Christian Peter Weiss, um alto funcionário do Credit Suisse. A Polícia Federal teria reunido documentos comprovando transações financeiras irregulares sem registro no Banco Central.

Em meio a uma farta documentação, os policiais encontraram cópias de matérias jornalísticas sobre a prisão de executivos em outras operações da Polícia Federal. Seria a terceira vez da prisão de um funcionário estrangeiro ligado ao banco. O esquema de remessa ilegal de dinheiro teria sido usado desde 1997 e em três anos teria provocado prejuízo à Receita Federal de R$ 1 bilhão.

As denúncias de irregularidades na gestão de recursos formam a única mancha na imagem construída pelo Crédit Suisse no Brasil nesses últimos anos. Foi preso o suíço Reto Buzzi, funcionário do Banco Clariden Leu, controlado pelo Crédit Suisse. Buzzi, que teve sua prisão decretada pela 6ª Vara Criminal Federal. O diretor internacional do Crédit Suisse, Peter Schaffner, foi detido pelos mesmos motivos no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo. Ele seria responsável por fazer contatos com empresários e doleiros brasileiros para negociar a remessa ilegal de recursos para a Suíça.