Dilma impede aumento justo do salário mínimo, mas custo de vida disparou no outrora país de todos

Olhos da cara – Embalada pela mitomania que herdou do companheiro Luiz Inácio da Silva e que serviu para alavancar sua campanha rumo ao Palácio do Planalto, a agora presidente Dilma Vana Rousseff parece não se lembrar das próprias palavras. Após ter sua vitória confirmada nas urnas, Dilma disse, em 3 de novembro passado, que o salário mínimo deveria ultrapassar a barreira dos R$ 600 ao final de 2011.

Considerando que as autoridades econômicas do governo usam a tese da austeridade fiscal para negar aumento salarial maior, imaginar que o mínimo pode em algum momento deste ano se aproximar da promessa de Dilma Rousseff é mero devaneio.

O discurso do ministro da Fazenda, Guido Mantega, serve apenas para ludibriar a mídia nacional, pois a realidade enfrentada pelo povo no dia a dia não é algo tão fácil quanto quer fazer acreditar o Palácio do Planalto, que se escora em slogan chicaneiro para erradicar teoricamente a pobreza.

Para constatar a extensão da carestia que marca o cotidiano do cidadão, a reportagem do ucho.info mais uma vez foi ao Ceagesp, maior centro de distribuição de alimentos da América Latina, para nova pesquisa de preços. No começo de janeiro, quando Dilma estreava a faixa presidencial, um quilo de tomate custava em média R$ 2. No último domingo (13), quem ousou levar para casa um quilo do mesmo produto foi obrigado a desembolsar R$ 3,90. Ou seja, aumento de 95%. Nos primeiros dias do ano era possível comprar um quilo de vagem por R$ 4, mas no domingo o insosso legume estava exposto nas bancas do Ceagesp para quem arriscasse tirar da carteira R$ 8. O que representa 100% de aumento em apenas um mês. O mesmo acontece com a laranja, cuja dúzia saltou de R$ 3 para absurdos R$ 5.

O discurso maroto dos palacianos não convence que é obrigado a lidar com as contas diárias. A promessa de que em 2012 o salário mínimo recuperará o poder de compra é balela, pois até lá muita gente ingressou na porção indigna da vida ou morreu de fome. O mais trágico nessa história é contemplar os outrora gazeteiros do PT discursando em defesa de Dilma e seus estafetas de plantão, como se a consciência anestesiada pelo palavrório oficial conseguisse intimidar uma barriga vazia.