Dilma ignora o pedido do messiânico Lula e inicia o processo de fritura do gaúcho Nelson Jobim

Azeite quente – O calvário de Nelson Jobim, ministro da Defesa, parece ter apenas começado. Depois de ver a presidente Dilma Rousseff frear o processo de renovação da frota de supersônicos da FAB (FX-2), que vem causando frisson no mercado internacional de aviação, Jobim assiste ao esvaziamento de sua pasta.

Com a chegada da neopetista Dilma ao Palácio do Planalto, ganhou força a decisão de tirar a Infraero do Ministério da Defesa, assunto que desagradou o ministro, pois os eventuais investimentos nos aeroportos brasileiros com vistas à Copa do Mundo passarão pelo órgão. Com isso, Nelson Jobim sonhava com a permanência de Solange Vieira na presidência da Agência Nacional de Aviação, a Anac.

Economista, funcionária de carreira do BNDES e com passagem pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, a presidente da Anac deve deixar o cargo no próximo dia 19 de março, quando termina o seu mandato de três anos à frente da agência. Solange Vieira alega que foi consultada por Jobim sob a possibilidade de continuar no manche da Anac, mas a recusa ao convite se deu porque é sabido no mercado que Dilma Rousseff quer alguém da sua confiança na agência responsável por regular a aviação comercial brasileira.

A notícia sobre a demissão de Nelson Jobim começou a circular em Brasília nos últimos dias, mas sua saída da equipe ministerial deve acontecer em março. Sonhando com a volta à política, Jobim abriu de mão do cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, o que lhe garantiria estabilidade até os 70 anos. Ao aterrissar no governo federal na condição de ministro da Defesa, Nelson Jobim tentou assumir a presidência do PMDB, à época nas mãos de Michel Temer. Mal sucedido, Jobim tentou se cacifar como vice de Dilma na recente campanha eleitoral, mas Temer mais uma vez atravessou o seu caminho.

Se quiser de fato retornar ao cenário político, Jobim poderá disputar a prefeitura de Porto Alegre em 2012, já planejando uma volta ao Congresso Nacional em 2014. Do contrário, o ministro tem duas escolhas pela frente. Retomar a advocacia ou retornar para Santa Maria.