Herança maldita de Lula contempla a companheira Dilma Rousseff com o fantasma da inflação

Esforço inútil – Os amestrados seguidores de Dilma Rousseff, que na Câmara dos Deputados defenderam na quarta-feira (16) o salário mínimo em irrisórios R$ 545, falaram sem vergonha alguma em conquista dos trabalhadores. Como se sabe, o novo valor do salário mínimo é, de acordo com o Dieese, suficiente para qualquer trabalhador viver de maneira minimamente digna durante uma semana.

A alegação do Palácio do Planalto é que qualquer aumento acima do proposto comprometeria as contas públicas e prejudicaria a tentativa do governo federal de combater a inflação. O governo Dilma anunciou o corte de R$ 50 bilhões nas contas federais, como forma de evitar o retorno o maior fantasma da economia, mas até agora não se sabe onde e como acontecerão tais reduções de gastos.

A mais recente medida foi o aumento em meio ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central, incursão que em nada contribui para frear a inflação. De acordo com o professor de finanças da Escola de Economia FGV, Samy Dana, o combate à inflação por meio da elevação da taxa de juros é uma medida ineficiente. “A Selic deve subir 0,5 p.p na próxima reunião do Copom, porém o governo precisa agir no corte de gastos públicos uma vez que a política de juros não tem mostrado eficiência”, afirma Dana.

A teoria defendida pelos palacianos não é convincente, pois há uma série de fatores complicando a economia nacional e alimentando o crescimento da inflação. Tão logo sua vitória foi confirmada nas urnas, Dilma ouviu de alguns assessores que incentivar o mercado interno seria a alternativa para evitar os efeitos da crise internacional, que diferentemente do que anunciaram alguns apressados estadistas ainda não terminou. Se de fato a presidente Dilma aposta suas fichas no aquecimento do consumo interno, a inflação continuará rondando a economia brasileira. Essa aposta tem um complicador. O Brasil está cada vez mais importando produtos, o que tem alimentado um lento e contínuo processo de desindustrialização, o que significa redução dos postos de trabalho.

Em outro ponto do complexo cenário está a procura cada vez maior por alimentos no mercado internacional. Com a China temendo um período de seca extrema em virtude da falta de chuva, a importação de alimentos será a única saída para o governo de Pequim. Diante disso, os produtores brasileiros se renderão aos preços internacionais, o que deve provocar o desabastecimento do mercado interno, que terá de adequar à realidade para ofertar produtos aos consumidores do País.

Como se fosse pouco, em 2011 a energia elétrica no Brasil sofrerá aumento de 11%, índice que é mais que o dobro da meta de inflação, fixada pelo governo federal em acanhados 4,5%.

Quando os jornalistas do ucho.info insistiam que Luiz Inácio da Silva havia vendido ao brasileiros e ao mundo uma bolha de virtuosismo com chance de estourar em curtíssimo tempo, muitos foram os que dispararam críticas contra a nossa tese. Não se trata de ter bola de cristal ou de vestir a fantasia de profeta do Apocalipse, mas apenas de analisar os fatos de maneira ampla, responsável e realista. E quem tiver alguma dúvida sobre o assunto que pergunte a Dilma Rousseff o que ela pensa sobre herança maldita.