Manoel Moreira, um dos “sete anões do orçamento”, poderá comandar o PP no Distrito Federal

Rastro de maracutaias – O deputado distrital Benedito Domingos, chefe político do Distrito Federal filiado ao Partido Progressista, vive um inferno astral por conta de denúncias de fraude em licitação e formação de quadrilha. Ligado ao ex-governador cassado José Roberto Arruda (sem partido), o deputado está ameaçado por uma investigação na Câmara Legislativa. Por conta das denúncias, seu poder de fogo político diminuiu consideravelmente.

Para não entregar o partido nas mãos de adversários, o diretório nacional do Partido Progressista costura uma manobra capaz de fazer ressurgir das cinzas o ex-deputado Manoel Moreira. Nascido no Maranhão, Moreira foi um dos cardeais do PMDB paulista que figurou no noticiário na condição de integrante do grupo parlamentar que ficou conhecido como os “sete anões do orçamento”, esquema que desviou do governo federal milhares de reais e enriqueceu meia dúzia de deputados.

A estratégia para transferir Moreira de São Paulo para Brasília está nas mãos do ex-deputado Pedro Correia, outro político com sérias restrições. Correia foi deputado e figura importante no esquema do “mensalão do PT”, cuja investigação está sob a batuta do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal. Pedro Henri também estaria participando da manobra. Assim como Correia, Henri também esteve envolvido no escândalo do mensalão.

A missão do outrora anão do orçamento é viabilizar-se para concorrer nas próximas eleições. Para isso está organizando sua transferência de domicílio, se enturmando com a rotina partidária para tomar conta do PP nas mãos de Benedito que, apesar da pressão, poderá escapar da guilhotina na Câmara Legislativa. Ele poderá se livrar da cassação do mandato, segundo informou o “Correio Braziliense”, com o argumento de que os fatos apurados pela Justiça se referem à legislatura passada.

À época do escândalo dos “Anões do Orçamento”, Manoel Moreira foi apontado pelo ex-assessor da Comissão Mista do Orçamento, José Carlos Alves dos Santos, e pela ex-mulher como um dos deputados que se beneficiavam do esquema. Ele não conseguiu explicar o movimento de US$ 3 milhões em suas contas e como tantos renunciou ao mandato antes do início do processo de cassação. Foi candidato a deputado estadual pelo PMDB paulista em 1998, mas não se elegeu. Lançou na vida pública a vereadora Maeli Vergniano, envolvida no escândalo da máfia dos fiscais da prefeitura de São Paulo. Foi expulso da igreja em que era pastor.

O grupo dos “Anões do Orçamento” era integrado também pelo ex-deputado João Alves (Arena-BA), Cid Carvalho (PMDB-MA), Genebaldo Correia (PMDB-BA), José Geraldo Ribeiro (PMDB-MG), pelo senador Ronaldo Aragão (PMDB-RO).