Afronta total – Desde que chegou ao Palácio do Planalto com a transversa faixa presidencial no dorso, a neopetista Dilma Vana Rousseff vem recebendo elogios por parte da porção amestrada da imprensa brasileira, em especial de alguns escribas que trocam a lógica e a razão pelo ufanismo utópico que representa a chegada de uma mulher representante da esquerda no mais alto cargo do País.
Entre os tantos salamaleques dirigidos à presidente brasileira, a coerência e a retidão são dos dois dos mais exaltados pelos sempre genuflexos jornalistas a serviço do entourage palaciano. Tão logo foi declarada vitoriosa nas urnas, Dilma disse que não compactuaria com desmandos e corrupção, mas para acomodar a “companheirada” indicada por Lula a presidente foi lentamente mudando seu discurso, para não afirmar que deixou a própria opinião de lado.
Na lista dos companheiros que precisam de um cargo público para manter o status quo conquistado durante os oito anos da era Lula está o mensaleiro José Genoíno, que tropeço nas urnas paulistas em outubro passado. Sem mandato parlamentar, Genoíno, que desde o escândalo do mensalão se recusa a falar com a imprensa, foi indicado para assumir um cargo no Ministério da Defesa. Um dos acusados de participar do maior escândalo de corrupção do País será uma espécie de consultor legislativo do ministro Nelson Jobim.
Como a sua eventual ida para o posto de Jobim já foi descartada, pois os chefes das Forças Armadas dificilmente matem boas relações com quem pendengas na Justiça, a saída foi encontrar uma nova seara para fincar o mensaleiro petista.
O que muitos certamente entenderão como sendo um chiste palaciano não passa da mais pura ousadia da equipe que assessora a presidente Dilma. O governo do PT quer emplacar José Genoíno no Tribunal de Contas da União, na vaga que ficará vaga com a aposentadoria do ministro Ubiratan Aguiar, que deve acontecer nos próximos meses. Quem também está de olho na vaga é a deputada federal Ana Arraes (PSB), mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e filha de Miguel Arraes.
No caso de José Genoíno, o Palácio do Planalto parece querer reeditar aquela fábula em que a raposa é escalada para tomar conta do galinheiro. E PT saudações!
