Maranhão naufraga nas enchentes do Rio Mearim, mas clã Sarney prefere a covardia do silêncio

Egoísmo total – Quando sobe no palanque para cabalar votos, a família Sarney sempre vocifera os supostos benefícios que o mais pobre estado brasileiro conquistou ao longo de cinco décadas, período que o clã da Praia do Calhau está no poder, desde que Vitorino Freire, outro longevo coronel da política maranhense, saiu de cena. Na verdade, o Maranhão foi transformado nos últimos cinquenta anos em uma espécie de parque de diversões do amontoado político comandado pelo presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), operação custeada com a miséria de um povo sofrido e que continua acreditando em dias melhores.

De acordo com uma das corriqueiras máximas do Direito, contra fatos não há argumentos. E é exatamente assim que as declarações nada convincentes do grupo Sarney devem ser encaradas, pois a dura realidade do Maranhão derruba qualquer declaração feita a partir do Palácio dos Leões, sede do governo local.

Nos últimos dias, diversas cidades às margens do Rio Mearim voltaram a submergir por causa das rotineiras enchentes, provocando mais uma vez prejuízos e desconforto a milhares de pessoas. O cenário de destruição não é novidade para as autoridades, que insistem em não buscar uma solução definitiva para os estragos causados pela natureza.

Nesta semana, quando as águas do Mearim novamente mostraram sua força, o senador José Sarney sequer empunhou o microfone do plenário do Senado para se solidarizar com o castigado povo maranhense. É fato que o cargo de presidente do Senado exige muito de seu ocupante, mas foram os eleitores do Maranhão que permitiram que Sarney chegasse até aqui. No contraponto, quando foi informado, há dias, do acidente doméstico sofrido por Dona Marly Sarney, que resultou na fratura do nariz da ex-primeira-dama, o presidente do Congresso Nacional imediatamente deixou o comando da sessão plenária para se inteirar do ocorrido. Em outras palavras, passadas as eleições entra em cena aquele velho dito popular, farinha pouca, meu pirão primeiro.