Apontado o dedo – Ex-presidente da República, o mineiro Itamar Franco (PPS) chegou ao Senado Federal para se contrapor ao Palácio do Planalto, mas certamente garantirá espaço de destaque na história política nacional por ser um dos mais combativos representantes da oposição letárgica que frequenta o parlamento brasileiro.
Na tarde de quinta-feira (17), Itamar Franco usou a tribuna do Senador para acusar os integrantes da base governista de indolência, pois os obedientes aduladores da presidente Dilma Rousseff têm evitado como podem o funcionamento da Comissão Mista, criada para analisar os textos das medidas provisórias enviadas pelo Executivo à Câmara Alta.
Itamar questionou se Dilma sabe que seus senadores não trabalham. Para não apanhar calado, Marcelo Crivella (PRB-RJ) rebateu dizendo que os senadores representam os estados e não são propriedade de Dilma Rousseff ou de quem quer que seja. No contraponto da polêmica discussão, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), alegou que a Comissão Mista atende a uma determinação regimental, mas que deveria ser extinta.
Itamar Franco tem razão ao afirmar que os senadores não trabalham, pois no escambo que realizam com o Palácio do Planalto está prevista a genuflexão política daqueles que são agraciados com cargos na máquina federal. Quando engrossava de maneira ruidosa a oposição, o Partido dos Trabalhadores sempre condenou o uso de medidas provisórias por parte do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas coube à estreante Gleisi Hoffmann defender a legenda e o governo da companheira Dilma dizendo que o uso de MPs por parte do Executivo tem amparo constitucional.
Como a constitucionalidade das medidas provisórias vem desde a promulgação da Carta Magna de 1988, fica claro cada vez mais que o PT palaciano tem avançado sobremaneira em seu projeto de instalar no Brasil uma ditadura civil. O Brasil precisa reagir a essa persistente lufada de totalitarismo, sempre lembrando que sozinho Itamar Franco jamais vencerá essa batalha.