Perfil psicológico de atirador de Realengo servirá como escudo para Cabral Filho e Eduardo Paes

Fugindo da responsabilidade – Como era de esperar, a tragédia ocorrida no Rio de Janeiro, protagonizada pelo psicopata Wellington Menezes de Oliveira, foi assunto mais falado nesta sexta-feira (8). Enquanto o assunto corria de boca em boca e agitava as redações dos veículos de comunicação do País, as autoridades fluminenses deflagravam um trabalho de investigação para traçar o perfil psicológico do criminoso e reconstruir a dinâmica do crime. Como o ser humano se alimenta da desgraça alheia, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, e o prefeito da capital dos fluminenses, Eduardo Paes, ambos do PMDB, poderão transformar a patologia social em escudo contra as críticas da opinião pública.

Diferentemente do que buscam as autoridades na elucidação do perfil do algoz de Realengo, o governo do Rio de Janeiro, assim como o dos outros estados da federação, deveria se preocupar com a formação adequada dos professores da rede pública de ensino, pois é inaceitável que o comportamento psicótico não seja percebido por profissionais treinados para lidar com crianças e adolescentes.

Ao governador Sérgio Cabral e ao prefeito Eduardo Paes interessa que o caso caia no esquecimento o quanto antes, pois do contrário as cobranças poderão se refletir nas urnas, começando pelas eleições municipais de 2012, quando o atual alcaide carioca deve tentar um novo mandato.

Dias antes da abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007, o então presidente Luiz Inácio da Silva, amparado pela figura fácil de Cabral Filho, disse que o Rio de Janeiro, encerrado o evento esportivo, passaria a contar com o melhor e mais eficiente sistema de segurança pública do País. Um discurso fácil e mentiroso, pois quase quatro anos depois da ufanista promessa a Cidade Maravilhosa continua nas mãos do crime organizado. O fato de Wellington de Oliveira ter utilizado dois revólveres, provavelmente adquiridos no mundo do crime, para executar suas vítimas na escola de Realengo mostra a fragilidade da segurança em um dos mais importantes estados brasileiros.

Mesmo assim, há que continue defendendo a ideia de que o Brasil tem condições de sobra para sediar eventos esportivos da magnitude da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Enfim…