Calada da noite – Em reunião realizada na noite de terça-feira (12), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) venceu uma queda de braço com o conterrâneo, senador Benedito de Lira (PP-AL). Ao final do encontro realizado em seu gabinete, no Senado Federal, Calheiros confirmou um acordo com a bancada de Alagoas para que o deputado Joaquim Beltrão (PMDB-AL) passe a coordenar os trabalhos do grupo de 12 parlamentares – nove deputados e três senadores.
Engenheiro eletricista e agricultor, Joaquim cumpre seu segundo mandato na Câmara. Entre colegas, recebe elogios por seu comportamento, mas como não escolheu o irmão, acaba mal afamado. Joaquim é irmão do deputado estadual João Beltrão, que volta à Assembleia Legislativa de Alagoas graças à não aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2010.
Ocorre que João Beltrão que está com a prisão preventiva decretada e é considerado foragido da Justiça. Ele é acusado de participar de um ”consórcio de deputados” para matar o ex-cabo da Polícia Militar (PM) José Gonçalves, em 1996.
O mandado de prisão contra Beltrão foi expedido em fevereiro passado pelos juízes da 17º Vara Especial Criminal, a pedido do Ministério Público Estadual, através do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc). Além de Beltrão, respondem pelo crime o deputado estadual Antônio Albuquerque (PTdoB) e o ex-deputado federal Francisco Tenório (PMN), o único que se encontra preso. Gonçalves foi morto, segundo consta no processo, por “motivo torpe”, pois teria se recusado a realizar um crime de mando.
O senador Benedito de Lira perdeu a disputa porque não conseguiu viabilizar como coordenador da bancada alagoana o deputado federal Givaldo Carimbão (PSB-AL). Na argumentação do senador, o deputado teria um papel importante, pois poderia ajudar na viabilização do chamado “canal do sertão”, obra polêmica que integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Estratégia idêntica levará o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) à coordenação da bancada do Nordeste no próximo dia 27. O PSB tem o controle do Ministério da Integração Nacional e é a maior força política da região, com quatro governadores empossados em janeiro deste ano.
