Brasil quer chegar ao Conselho de Segurança da ONU com a ajuda da China, que espera apoio na OMC

Sinuca de bico – Em viagem oficial à China, a presidente Dilma Rousseff participou nesta quinta-feira (14) de reunião dos BRICS, sigla que se refere ao grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e áfrico do Sul. Durante o encontro, Dilma defendeu uma imediata reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, com o objetivo de garantir ao Brasil uma cadeira permanente no órgão.

O pleito apresentado novamente pelo governo brasileiro recebeu o apoio não declarado da China e da Rússia, mas durante a reunião não houve qualquer manifestação formal por parte dos representantes dos dois países. Em sua visita ao presidente Hu Jintao, a neopetista Dilma Rousseff ouviu do presidente chinês a promessa de que o seu governo apoiaria o projeto do Brasil, mas uma declaração oficial sobre assunto depende de uma contrapartida que dificilmente o Palácio do Planalto concordará.

Maior importador de matéria-prima brasileira, a China aguarda um posicionamento da Organização Mundial do Comércio sobre a possibilidade de conceder à economia do país da Grande Muralha o rótulo de economia de mercado, algo que está longe da realidade por conta da artificialidade do câmbio e da concorrência desleal que os produtos chineses provocam em todo o planeta.

Um eventual posicionamento da OMC em favor da China depende também de um aval do governo brasileiro, que pode deixar de fazê-lo como forma de proteger a economia brasileira. O objetivo principal da viagem de Dilma Rousseff à China é ampliar o mercado local para os produtos brasileiros, que não as commodities agrícolas e o minério de ferro. Em outras palavras, a China não deve esperar um ato de bondade do Brasil, que continuará sonhando com uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. Sem contar que a decisão de defender regimes totalitaristas faz com que o sonho palaciano se distancie cada vez mais de uma eventual realidade.