Venda de automóveis em alta transforma capitais brasileiras em reféns dos congestionamentos

Quase parando – Fórmula encontrada por Luiz Inácio da Silva para enfrentar as consequências nefastas da crise financeira internacional, a tal da “marolinha” criada por “loiros de olhos azuis”, a redução do IPI sobre os automóveis trouxe um efeito catastrófico às principais cidades brasileiras. O derramamento irresponsável de milhões de novos caros nas ruas, o que em algumas metrópoles provocou o aumento do trânsito. Do valor arrecadado em impostos com o incremento das vendas de carros novos, nenhum centavo foi investido para melhorar o trânsito e a qualidade de locomoção das pessoas.

Em São Paulo, a frota de carros pulou 7 milhões de veículos, número que faz com que a capital dos paulistas bata recordes seguidos de congestionamento. Quando o índice de congestionamento atinge 80 km, os motoristas que trafegam pelas ruas e avenidas paulistanas ficam felizes. Quem chega à maior cidade brasileira de avião, à noite, pode facilmente perceber a quantidade de carros existente nas ruas. O rodízio veicular, que tira de circulação em determinados horários 20% da frota todos os dias, deixou de ser eficaz pro conta do derramamento de automóveis novos.

O transporte público, que deveria ser uma alternativa viável, não tem recebido os investimentos adequados para fazer frente à crescente demanda. Diante dessa situação, os motoristas acabam colocando seus carros nas ruas. O Metrô, que nos últimos anos retomou o projeto de expansão, transporta diariamente 3,7 milhões de passageiros, contingente que supera com folga a população de muitas capitais brasileiras.

Em São Paulo, muitas avenidas estão em obras que proporcionarão um alargamento das pistas, em detrimento da diminuição do passeio público. Centenas de ruas tiveram o número de vagas de estacionamento reduzido, como forma de melhorar a fluidez do trânsito. A decisão acabou alegrando os donos de estacionamentos, que cobram o quanto querem dos motoristas. Dependendo da necessidade de uso do veículo, um motorista pode gastar até R$ 50 de estacionamento por dia. Aplicada em outras ocasiões, a redução da velocidade em determinadas avenidas não se dá por questões de segurança, como alegam as autoridades paulistanas, mas como saída para evitar engarrafamentos. Mesmo assim, o trânsito na cidade de São Paulo está muito além de ser caótico, sem contar que a qualidade do asfalto é pífia a ponto de fazer inveja às bombardeadas ruas paquistanesas.

E há aqueles que acreditam que o Brasil tem todas as condições de sediar eventos esportivos da magnitude da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Enfim…