Mortes por dengue no Rio aniquilam o messianismo de Lula e escancaram a ousadia de Cabral Filho

Silencioso obsequioso – Em meados de 2006, quando decidiu disputar a reeleição, o então presidente-candidato Luiz Inácio da Silva afirmou, com sobressalentes doses de certeza, que a saúde no Brasil estava a um passo da perfeição. Naquele momento, Lula sabia do caos instalado na saúde pública, mas era preciso enganar o povo como forma de garantir uma vitória nas urnas, especialmente porque à época o pensamento do eleitorado ainda estava sob o efeito do “Mensalão do PT”, maior escândalo de corrupção da história nacional.

Meses depois da fatídica declaração, a realidade do cotidiano provou ser mitômano aquele palavrório de Lula, mas o messiânico presidente usou o fim da CPMF para justificar o injustificável. Integrantes do governo federal, como a atual presidente Dilma Rousseff e o então vice-presidente José Alencar, enfrentavam problemas de saúde, mas em nenhum momento ousaram contestar o falastrão Lula da Silva.

Para fazer de Dilma Rousseff a sua sucessora, Lula contou com o apoio de alguns governadores genuflexos, como é o caso de Sérgio Cabral Filho (PMDB), do Rio de Janeiro. Reeleito para comandar os destinos dos fluminenses até o final de 2014, Cabral Filho, que não passa de uma rascunhada personificação da incompetência, tentou emplacar na equipe de Dilma o secretário da Saúde do Rio, Sérgio Côrtes, que na Esplanada dos Ministérios responderia pela pasta correlata. Mas a incursão do governador do Rio deu em nada.

A ousadia de Sérgio Cabral Filho agora é traduzida pelo número de mortos em decorrência da dengue. Desde 1º de janeiro de 2011, quando estreou um novo período como inquilino do Palácio Guanabara, sede do Executivo fluminense, até a segunda-feira, 18 de abril, Cabral Filho incluiu em seu currículo 35 novos mortos por dengue, muitos deles vítimas do péssimo atendimento na rede pública de saúde. Esse número, que é um dos maiores da história da doença no Rio de Janeiro, mostra que sob os braços do Cristo Redentor a dengue matou uma pessoa a cada três dias em 2011.

Mesmo assim, a grande imprensa parece não querer lembrar que, em passado recente, Lula anunciou a excelência da saúde no Brasil e Cabral Filho tentou nomear o ministro da Saúde.