Lenha na fogueira – As previsões palacianas sobre alguns assuntos da economia nacional parecem estar fora da realidade do cotidiano. Não faz muito tempo, a presidente Dilma Rousseff garantiu que no curto prazo o preço da gasolina não subiria. Não demorou muito para o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, vir a público e não descartar o aumento da gasolina, caso o preço do petróleo no mercado internacional continuasse em alta. Foi o que bastou para a neopetista Dilma acionar o companheiro Guido Mantega, ministro da Fazenda, para contrapor Gabrielli e afirmar que pelo menos em abril o preço da gasolina ficará como está.
Enquanto esses gênios tropicais balbuciam aquilo que não sabem, nos postos de combustíveis o preço da gasolina não para de subir. Tudo porque, além de existir uma enorme vala entre a oferta e a demanda, o mercado de combustíveis já registra a falta de álcool anidro, que é misturado à gasolina (25%). Derivado da cana de açúcar, o álcool anidro, ou etanol, tem como concorrente direto o açúcar, que no mercado internacional está valendo mais do que o previsto.
Em algumas regiões do País, o litro do etanol está sendo vendido a R$ 3, mas mesmo assim pode faltar o produto, o que em breve deixaria muitas cidades brasileiras sem combustível automotivo. Diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa declarou que “o mais difícil em termos de abastecimento é o etanol anidro para ser misturado à gasolina. Se houver falta de gasolina, pode ser causada por isso”.
Essa intrincada situação deve colocar mais gasolina na fogueira em que se transformou o retorno da persistente e indesejável inflação. Quando ainda disparava suas sandices discursivas a partir do Palácio do Planalto, Luiz Inácio da Silva fazia questão de posar como xeique tupiniquim do petróleo, atitude irresponsável que só foi possível por conta da descoberta da camada pré-sal.